quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Entrelinhas...

"Anônimo disse...
Tu gosta de recadinhos e escrever "nas entrelinhas" né...
Ja eu não, não gosto de mandar dizer, falo na cara, olho no olho.
E pode ter certeza, essa hora vai chegar! "

Anonimatos são bons pra isso, pra dar a força que não temos, pra garantir que não sejamos pegos.
Só existe uma pessoa que escreveria esse recado, sei exatamente quem é e por quê está assim, embora acredite que ela tenha perdido uma oportunidade de ter ficado quieta, ou, de repente, de não se esconder atrás do anonimato e ter me dito suas tais verdades. Bom, minha vida está ótima, acho que a sua não tanto, mas não desista, um dia você chega lá...

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

E no rádio tocou uma canção...

Não sei se o que estou fazendo está certo ou está errado, existe uma fórmula certa pra viver?
Existe apenas uma estrada, apenas um caminho?
Não sei, mas quem sabe deixar o vento guiar minha vida não me leve ao lugar certo...

Girassóis
Cidadão Quem

Nunca olhei pros lados
Pra não perder a direção
Nem senti meus passos
Na marcha cega
Encontro uma razão
Talvez perca o emprego
Talvez a sua resposta seja não
Quero dar um jeito
De conseguir pagar a prestação
De passear na grama do parcão
De respirar deitar ao sol que brilha

Deixo o sol bater na cara
Esqueço tudo que me faz mal
Deixo o sol bater no rosto
Que aí o desgosto se vai
Deixo o sol bater na cara
Esqueço tudo que me faz mal
Deixo o sol bater no rosto
Que aí o desgosto...

Nunca olhei pros lados
Pra não perder a direção
Nem senti meus passos
Na marcha cega
Encontro uma razão
Talvez perca o emprego
Talvez a sua resposta seja não
Quero dar um jeito
De conseguir pagar a prestação
De passear na grama do parcão
De respirar deitar ao sol que brilha

Deixo o sol bater na cara
Esqueço tudo que me faz mal
Deixo o sol bater no rosto
Que aí o desgosto se vai
Deixo o sol bater na cara
Esqueço tudo que me faz mal
Deixo o sol bater no rosto
Que aí o desgosto se vai

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Então morra...

“Porque é melhor mesmo que você morra. É sério, se sempre impuser limites ao que faz, fisicamente ou de qualquer outra maneira, isso vai se disseminar por todos os outros setores da sua vida. Vai atingir seu trabalho, sua moralidade, todo o seu ser. Não há limites. Há patamares, mas não podemos parar neles, precisamos ir além. Se morrer; Morreu. Todo homem precisa se exceder constantemente”
Bruce Lee

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Sabe...

Sabe...
As vezes sinto falta de te dar um beijo de bom dia e de puxar a coberta sobre você quando acordo cedo e você permanece na cama.
Sinto falta de você virar na cama e procurar meu corpo pra me abraçar, da mesma forma que o travesseiro não substitui o seu corpo quando eu o abraço.
Sinto falta de encontrar coisas esquecidas pela casa ou de te incomodar antes de dormir.
Sei lá...
Tenho procurado em muitos lugares, tenho conhecido algumas garotas, tenho saído as vezes, tenho dirigido muito, mas tudo o que vejo ou sinto é em tom de comparação.
Não pode ser qualquer coisa, não pode ser qualquer uma, na verdade, têm de ser melhor e, acho que ou estou cego ou estou exigindo demais, ou, quem sabe, talvez não queira achar, ou talvez a pessoa assim não exista.
Tenho medo...
De que o futuro diga que estou errado.
Ou que eu não tenha aprendido o suficiente.
Ou que eu seja mais idiota do que imagino.
Ou que talvez só haja uma coisa certa a fazer.
E que talvez eu faça tudo errado.
Mas...
Não tinha certeza nenhuma quando começou.
Nem tenho certeza se realmente houve um fim.
Droga.
Tento achar seus defeitos e, sim, você tem coisas que eu detesto.
Mas que nem são tão importantes e, em compensação, tem coisas que eu adoro.
E que deixei de dar a devida importância.
Talvez eu tenha as mesmas qualidades e defeitos.
Acho que nenhum de nós mudou, de verdade.
Apenas deixamos mudar a maneira que um via o outro.
E esse foi o erro.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Noites...

Só quero ter uma noite, por esses dias, em que eu deite meu corpo exausto e durma. Desligado por oito horas. Sem sonhos, sem idéias, sem lembranças. Só reiniciando e verificando o sistema, desfragmentando o disco.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

E num bar, tocou uma canção...

E então, por esses dias, numa noite maluca, em um lugar muito doido, acabei por ver uma banda tocar sucessos do Roxette:

Linten to your heart
Roxette

I know there's something in the wake of your smile
I get a notion from the look in your eyes, yea
You've built a love but that love falls apart
Your little piece of heaven turns too dark

Listen to your heart
when he's calling for you
Listen to your heart
there's nothing else you can do
I don't know where you're going
and I don't know why,
but listen to your heart
before you tell him goodbye

Sometimes you wonder if this fight is worthwhile
The precious moments are all lost in the tide, yea
They're swept away and nothing is what is seems,
the feeling of belonging to your dreams

Listen to your heart
when he's calling for you
Listen to your heart
there's nothing else you can do
I don't know where you're going
and I don't know why,
but listen to your heart
before you tell him goodbye

And there are voices
that want to be heard
So much to mention
but you can't find the words
The scent of magic,
the beauty that's been
when love was wilder than the wind

Listen to your heart
when he's calling for you
Listen to your heart
there's nothing else you can do
I don't know where you're going
and I don't know why,
but listen to your heart
before...

Listen to your heart
when he's calling for you
Listen to your heart
there's nothing else you can do
I don't know where you're going
and I don't know why,
but listen to your heart
before you tell him goodbye

(Listen to your heart)
(Listen to your heart)
(Listen to your heart)
(Listen to your heart)
(Listen to your heart)

Escolhas...

Tem dias que começam muito estranhos, o que posso dizer, você está ali, tranquilo, senhor de seu destino e dali a pouco tudo muda, pra melhor ou pra pior, enfim, não interessa muito, dessa vez é uma coisa boa que aconteceu, mas, é tão estranho. Ou, melhor, notícias boas ultimamente têm sido tão raras que quando acontece algo realmente bom, nos assustamos.
Estou assustado.
Muito.
Não sei se tudo isso é um sinal de que tenho feito as escolhas certas ou um sinal de que tudo dará errado num futuro próximo, talvez dos dois, mas o que me dá medo é aproveitar as coisas boas da forma errada, fazer a escolha errada agora e colher frutos ruins no futuro.
Que droga.
Acho que estou precisando de uma boa ñoite de sono, de ter o café quente me esperando, de uma boa refeição, uma boa massagem e um dia sem fazer nada, um dia pra ver o dia acabar. Só quero mesmo estar com a cabeça fria o bastante pra ter a certeza de que as escolhas que eu fizer vão ser as melhores que eu poderia ter feito no momento.
Só isso....

terça-feira, 1 de novembro de 2011

E no rádio tocou uma canção...

Ontem separava umas músicas pra um amigo e achei essa aqui, e comecei a pensar na vida, acordei sem vontade de sair da cama. É foda...

Dublê de Corpo
Leoni

Eu não reconheço mais, olhando as fotos do passado
O habitante do meu corpo, deste estranho dublê de retratos
Talvez até eu já vivesse em algum corpo emprestado
Esperando só por você pra reunir meus pedaços

Foi tanta força que eu fiz por nada,
Pra tanta gente eu me dei de graça
Só pra você eu me poupei
Será que o tempo sempre disfarça,
Tomara um dia isso tudo passa
Desculpa as mágoas que eu deixei

Eu já dei a outra alma aos bruxos e vampiros
Eu quero que eles façam a festa enquanto eu me retiro
Só você sentiu por mim, o que nem eu sentiria
Você foi o meu escudo, e eu a própria covardia

Foi tanta força que eu fiz por nada,
Pra tanta gente eu me dei de graça
Só pra você eu me poupei
Será que o tempo sempre disfarça,
Tomara um dia isso tudo passa
Desculpa as mágoas que eu deixei

Se você ainda acreditar, eu prometo dublar seu corpo
Te proteger, te poupar das dores,
Te devolver o amor em dobro, não se ama, amor, em vão

Foi tanta força que eu fiz por nada,
Pra tanta gente eu me dei de graça
Só pra você eu me poupei
Será que o tempo sempre disfarça,
Tomara um dia isso tudo passa

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Defeitos...

Não é que só veja suas qualidades, apenas não consigo achar os seus defeitos...
E eles existem, como também tenho os meus, e que talvez, pra você, estejam tão na superfície.
Uma vez ouvi falar que a paixão é uma espécie de filtro, uma espécie de benção, que nos dá a capacidade de ignorar os defeitos da pessoa que queremos ao nosso lado.
Veja bem, não é que não goste de você, mas estou apaixonado pela visão que você coloca em meus olhos, estou apaixonado pela maneira como te vejo.
Isso está errado?
Acho que está errado desde o momento em que você não me vê da mesma forma, problema.
E não é culpa sua, só que talvez eu não tenha tantas qualidades assim, ou, talvez tenha qualidades que pra você não são importantes, ou, talvez, você não consiga ver o cara que insiste em se manter escondido por trás dessa cara amarrada e das poucas palavras, talvez...
Não cansei e não desisti, apenas estou vivendo, não vou cair de quatro por quem não me quer, ou por quem passou a ver meus defeitos.
As vezes pegamos a estrada focados no caminho, em chegar, e deixamos de perceber as mudanças no ambiente ou as paisagens fantásticas reveladas pelo pôr do sol.
Estou dirigindo com o vidro aberto, o braço pra fora e sem pressa de chegar, se for o lugar certo, eu chegarei, se for o lugar errado, vou pegar a próxima á esquerda e acelerar de novo, até chegar ao fim da estrada novamente e de novo, e de novo, e de novo...

O que eu também não entendo
Jota Quest

Essa não é mais uma carta de amor
São pensamentos soltos
Traduzidos em palavras
Pra que você possa entender
O que eu também não entendo

Amar não é ter que ter
Sempre certeza
É aceitar que ninguém
É perfeito pra ninguém
É poder ser você mesmo
E não precisar fingir
É tentar esquecer
E não conseguir fugir, fugir

Já pensei em te largar
Já olhei tantas vezes pro lado
Mas quando penso em alguém
É por você que fecho os olhos
Sei que nunca fui perfeito
Mas com você eu posso ser
Até eu mesmo
Que você vai entender

Posso brincar de descobrir
Desenho em nuvens
Posso contar meus pesadelos
E até minhas coisas fúteis
Posso tirar a tua roupa
Posso fazer o que eu quiser
Posso perder o juízo
Mas com você
Eu tô tranquilo, tranquilo

Agora o que vamos fazer
Eu também não sei
Afinal, será que amar
É mesmo tudo?
Se isso não é amor
O que mais pode ser?
Tô aprendendo também

Já pensei em te largar
Já olhei tantas vezes pro lado
Mas quando penso em alguém
É por você que fecho os olhos
Sei que nunca fui perfeito
Mas com você eu posso ser
Até eu mesmo
Que você vai entender

Posso brincar de descobrir
Desenho em nuvens
Posso contar meus pesadelos
E até minhas coisas fúteis
Posso tirar a tua roupa
Posso fazer o que eu quiser
Posso perder o juízo
Mas com você
Eu tô tranquilo, tranquilo

Agora o que vamos fazer?
Eu também não sei!
Afinal, será que amar
É mesmo tudo?
Se isso não é amor
O que mais pode ser?
Estou aprendendo também

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Bem...

É estranho, mas percebi que estou bem sozinho. Talvez tenha sido o hábito de estar com alguém o tempo todo, ou a necessidade física ou mental de estar com alguém que estivessem me deixando mal, mas, passados esses meses, vejo que ficar sozinho têm sido um aprendizado interessante.
A casa têm se mantido limpa, os cachorros estão bem, o carro agora se tornou uma máquina barulhenta... parecem os velhos tempos, eu contra a noite. Tenho parado pouco em casa, passo mais tempo na casa dos outros ou na estrada que em casa. Tem dias que vou para o trabalho e olho o ponteiro do tanque de combustível e penso na praia. Me pergunto: "Por quê não?".
Não tenho saído muito, não tenho conhecido tanta gente assim. Não tenho feito muita questão de aparecer. Até o computador. E ele era indispensável e que poderia viver só com ele. Pois é, tenho passado tempo longe dele.
E tenho escrito coisas legais, pensando nas coisas que vivi e que vivo e o fato de estar só me dá essa liberdade.
Sinto falta de alguém pra bater as fotos enquanto dirijo, mas, isso está sendo planejado, aos poucos, pensado com carinho, e quando o momento chegar, vai acontecer.
Já fui ao chão tantas vezes, algumas eu levantei sozinho, em outras, pessoas legais me estenderam a mão, e o mundo está cheio de pessoas legais...

Right to be Wrong
Joss Stone

I've got a right to be wrong
My mistakes will make me strong
I'm stepping out into the great unknown
I'm feeling wings though I've never flown
I've got a mind of my own
I'm flesh and blood to the bone
I'm not made of stone
Got a right to be wrong
So just leave me alone

I've got a right to be wrong
I've been held down too long
I've got to break free
So I can finally breath
I've got a right to be wrong
Got to sing my own song
I might be singing out of key
But it sure feels good to me
Got a right to be wrong
So just leave me alone

You're entitled to your opinion
But it's really my decision
I can't turn back I'm on a mission
If you care don't you dare blur my vision
Let me be all that I can be
Don't smother me with negativity
Whatever's out there waiting for me
I'm going to faced it willingly

I've got a right to be wrong
My mistakes will make me strong
I'm stepping out into the great unknown
I'm feeling wings though I've never flown
I've got a mind of my own
Flesh and blood to the bone
See, I'm not made of stone
I've got a right to be wrong
So just leave me alone

I've got a right to be wrong
I've been held down to long
I've got to break free
So I can finally breath
I've got a right to be wrong
Got to sing my own song
I might be singing out of key
But it sure feels good to me
I've got a right to be wrong
So just leave me alone

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Voltando...

Cheguei tarde e só os cachorros me viram chegar, a casa estava com a luz da cozinha acesa, por um momento pensei que havia alguém me esperando.
O cachorro mais velho correu afoito para o portão, estava solto, curtindo a noite, latiu quando não reconheceu o carro, mas, logo fez festa e pulou em mim, correndo para a porta da frente pra me esperar, abanando o rabo com vontade.
Abri a porta e amajestade entrou primeiro, ainda se sacolejando como sempre faz quando está feliz.
Deixei as malas no chão, enchi seu prato, tranquei a porta.
Abri a outra porta e só ouvi o silêncio.
A casa estava limpa, e com o cheiro de sempre.
Não sei se casas tem cheiros característicos, apenas a minha parece que tem um ar diferente, talvez seja uma sensação de reconhecimento ao chegar num lugar que nos é familiar.
Tinha uma pilha de contas sobre a mesa, algumas delas já atrasadas, e as chaves do carro.
E no canto, onde havia o sofá, agora só há um espaço vazio.
Já fazia um tempo que tinha umas coisas para doar ou vender, no fim, minha mãe falou do sofá e, quando falou, fiquei chocado, mas, quem sabe assim algumas lembranças não vão embora também.
Abri as malas, atirei as coisas nos cantos do quarto que também está vazio.
Comi alguma coisa, dei um tempo, apaguei as luzes e fui pra cama.
E que coisa boa é nossa cama.
Não que as outras sejam ruins, mas de novo aquela sensação de proteção, de estar de novo na casca, sem estar vulnerável, fechar os olhos e dormir.
Acho que foi a melhor noite de sono que tive em meses.
E acho que foi uma noite que encerrou um ciclo, deitei a cabeça exausto, e acordei renovado, com a certeza de que coisas muito boas me aguardam...

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Como o vento...

Sou como o vento, livre, sempre em eterno movimento
tanto posso ser como uma brisa refrescante
tanto ser um furacão impiedoso
que por onde passa vira tudo ao avesso.
As vezes diminuo meu ritmo
quase estaciono
quase inerte
e os dias perdem a graça
e se perdem todos os cheiros do ar...
Se eu tivesse uma escolha, ao contrário do vento,
traria de volta ao ar o cheiro do seu cabelo molhado
traria também toda a tempestade da noite
que fazia você aconchegar seu corpo junto ao meu
e, no final da tarde
seria a brisa que toca seu rosto
e acaricia seu cabelo
enquanto você vê o sol se pôr...

Vento no Litoral
Legião Urbana

De tarde quero descansar
Chegar até a praia e ver
Se o vento ainda esta forte
E vai ser bom subir nas pedras

Sei que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando
Tudo embora...

Agora está tão longe
ver a linha do horizonte me distrai
Dos nossos planos é que tenho mais saudade
Quando olhávamos juntos
Na mesma direção
Aonde está você agora
Alem de aqui dentro de mim...

Agimos certo sem querer
Foi só o tempo que errou
Vai ser difícil sem você
Porque você esta comigo
O tempo todo
E quando vejo o mar
Existe algo que diz
Que a vida continua
E se entregar é uma bobagem...

Já que você não está aqui
O que posso fazer
É cuidar de mim
Quero ser feliz ao menos,
Lembra que o plano
Era ficarmos bem...

Eieieieiei!
Olha só o que eu achei
Humrun
Cavalos-marinhos...

Sei que faço isso
Pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando
Tudo embora...

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O pé de feijão...

Quando era criança, lá pela terceira ou quarta série, plantamos um pé de feijão em um pequeno pote plástico.
Acho que todas as crianças do mundo devem fazer (ou faziam...) isso quando chegam por essa idade e todas ficam admiradas ao observar como a coisa funciona. Bom, talvez nem todas, mas eu fiquei.
A experiência é simples, você coloca o feijão no tal pote, coloca um pequeno pedaço de algodão junto e a cada dia vai lá e coloca um pouquinho só de água.
Não lembro ao certo quanto tempo isso leva, mas em uns poucos dias temos uma espécie de raiz saindo do grão. Dias depois a raiz se torna um tipo de caule, dias depois uma pequenina folha e aos poucos o pezinho vai crescendo.
E cessa, uma vez que só a água e o algodão não fornecem mais energia ao pequeno pé de feijão, ele começa a definhar.
É o momento de colocá-lo na terra.
Na época foi o que eu fiz, minha mãe me ajudou nisso e ver o pé crescer se desenvolver foi algo muito legal, lembro que cresceu mais do que os pés de feijão nascidos direto da terra e que, na época de colher seus frutos ele tinha rendido bem mais também.
Engraçado. Hoje lembrei daquele pé de feijão. E dos pés de feijão em volta dele. E da minha vida.
Não tenho certeza agora se aquele pequeno pé de feijão foi o primeiro, faz tanto tempo, acho que houve outros, lembro que alguns, com muita água sufocavam. Outros, eram esquecidos, dia ou dois, e não iam além das primeiras fases. Uns poucos não germinavam, não germinavam por quê não germinavam, sei lá, não decolavam.
E os amores não são assim?
Em alguns preparamos o território e criamos a expectativa e eles não decolam, por quê simplesmente não eram pra ser. A semente parece bem, mas não é boa, não vai germinar. Em outros o excesso de zelo, como a água colocada em excesso, afoga, mata a semente.
Existem outros que vão sendo criados aos poucos, de bom dia, de carinho, de conhecer, como a pequena planta regada a conta gotas, que vai crescendo, a princípio despretenciosa, com cara de que não vai dar em nada e vai indo, devagar até virar planta, que vai precisar de mais do que água pra florescer e dar frutos.
E se o terreno for bom, a terra bem cuidada, sem ervas daninhas, ou pragas, esse relacionamento, ou planta, vai criar raízes cada vez mais fundas e vai crescer e dar frutos, vai cumprir o seu ciclo á perfeição.
Voltando, em torno do pé de feijão "científico", havia outros, sementes jogadas na terra, três ou quatro por vez, enterradas e regadas. Todos os dias também, no mesmo terreno fértil e sem pragas. E eles cresciam também.
Cumpriam seu ciclo de maneira mais dura, e davam bons frutos, mas em menor quantidade, ao contrário dos primeiros, que morriam por excesso de zelo, esses resistiam á falta dele, lutavam, seguiam em frente, mas sucumbiam ao tempo.
Eles pularam a "fase". Foram obrigados á isso e fizeram o melhor possível enquanto tiveram forças.
Já pulei as fases algumas vezes e cedo ou tarde o amor se foi.
Não sei se entendo de amores ou da vida, talvez conheça mais sobre feijões do que sobre a vida ou sobre as pessoas, mas sei o que sinto e o que eu quero.
E o que tiver de ser será, a seu momento, e um passo de cada vez.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

E no rádio tocou uma canção...

" - Ontem "fucei" você.
   - Ahá, bisbilhotando minhas fotos !!!
   - Andei vendo o que você escrevia no seu velho blog, você escrevia coisas muito bonitas. Tinha uma foto sua com sua ex, acho que você amava muito ela..."

Pois é, foi eterno enquanto durou e foi muito bom enquanto foi mais riso que lágrima.

I Want Love
Elton John

I want love, but it's impossible
A man like me, so irresponsible
A man like me is dead in places
Other men feel liberated

I can't love, shot full of holes
Don't feel nothing, I just feel cold
Don't feel nothing, just old scars
Toughening up around my heart

But I want love, just a different kind
I want love, won't break me down
Won't brick me up, won't fence me in
I want a love, that don't mean a thing
That's the love I want, I want love

I want love on my own terms
After everything I've ever learned
Me, I carry too much baggage
Oh man I've seen so much traffic

But I want love, just a different kind
I want love, won't break me down
Won't brick me up, won't fence me in
I want a love, that don't mean a thing
That's the love I want, I want love

So bring it on, I've been bruised
Don't give me love that's clean and smooth
I'm ready for the rougher stuff
No sweet romance, I've had enough

A man like me is dead in places
Other men feel liberated

But I want love, just a different kind
I want love, won't break me down
Won't brick me up, won't fence me in
I want a love, that don't mean a thing
That's the love I want, I want love

But I want love, just a different kind
I want love, won't break me down
Won't brick me up, won't fence me in
I want a love, that don't mean a thing
That's the love I want, I want love

terça-feira, 20 de setembro de 2011

A minha Torre...

A Torre rege os mundos, ela está no centro, é como o pino central
que mantém um disco girando no ponto certo.
Roland, o último Pistoleiro, segue em busca da torre, do ponto central,
ele quer salvar o que resta de seu mundo e de todos os mundos.
Essa é mais ou menos a base de Dark Tower, o livro de Stephen King
sobre a busca de Roland.
Roland, ao final, encontra a torre, sofre perdas, tristezas, mas chega,
razoavelmente inteiro,é seu destino, seu Ka...
No sábado de manhã percebi que tinha chegado á minha Torre também.
Ao topo dela.
Ao auge.
E percebi que tudo que ganhei ou perdi me trouxe até aqui.
Foram tantas coisas boas ou ruins, mas o objetivo era sesse, me fazer seguir
em frente, cada vez melhor, cada vez mais forte,
E eu tinha de chegar aqui sozinho. Pra não ter de agradecer ninguém agora.
Eu estou no comando, finalmente, agora posso olhar em todas as direções
e ver até o infinito das possibilidades.
Sem medo, sem insegurança, sem dever nada a ninguém.
O que vai ser daqui pra frente?
Não sei.
Talvez eu comece tudo de novo, saia caminhando por aí no sentido inverso,
até chegar aqui novamente, começando de novo de uma maneira diferente,
lutando com novas armas ou levando só as boas lembranças, que vão me
ajudar no futuro.
Agora, de imediato, quero ficar aqui parado e olhar o sol se pôr, sorrindo...

Everybody Knows
Concrete Blonde

Everybody knows the dice are loaded,
Everybody rolls with they're fingers crossed,
Everybody knows that the war is over,
Everybody knows that the good guys lost,
Everybody knows the fight is fixed,
The poor stay poor an the rich get rich,
Thats how it goes,

Everybody knows the boat is sinking,
Everybody knows that the captin lied,
Everybodys got this broken feeling,
like they're momma or they're dog just died,
Everybodys hands are in they're pockets,
Everybody wants a box of choclates an a long stemed rose,
Everybody knows,

Everybody knows,
Everybody knows,
Thats how it goes,
Everybody knows,

Everybody knows,
Everybody knows,
Thats the way it goes,
Everybody knows,

Everybody knows that its now or never,
Everybody knows that its me or you,
Everybody knows that you live forever,
Ya maybe had a line or two,
Everybody knows the deal is rotten,
Old black Joe's still pickin' cotton for your ribbons and bows,

Everybody knows you love me baby,
Everybody knows you really do,
Everybody knows that you been faithful,
Give or take a night or two,
Everybody knows you been discreet,
So many people you had to meet without your clothes,
and everybody knows,

Everybody knows,
Everybody knows,
Thats the way it goes,
Everybody knows,

Everybody knows,
Everybody knows,
Thats how it goes,
Everybody knows,

Everybody knows,
Everybody knows,
Thats how it goes,
Everybody knows.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Como um anjo...

Chegamos.
Desço do carro e me dirijo ao lado direito para abrir a porta,
lhe estendo a mão e ela levanta, ajeitando meu casaco por sobre seus ombros.
Atravessamos o espaço até a casa, juntos, meu braço em volta de sua cintura,
abro a porta e acendo as luzes.
A deixo reconhecer o espaço, ela anda poucos passos, retira os sapatos e
segue em direção á sala, lançando o casaco por sobre o sofá.
Agora, descalça, ela fecha os olhos e dança, como se de alguma forma o ambiente
estivesse cheio de música.
Ela passa a mão por seus cabelos loiros e seu vestido marca cada uma de suas
curvas.
Dançando ela segue pelo corredor, e, a acompanhando de longe, vou acendendo
as luzes, uma a uma.
Ela encontra a cama e deita.
Me aproximo e ela está adormecida, exausta.
Deixo um grosso cobertor cair sobre seu corpo e ela se aninha a ele, mãos
protegendo o rosto, tal qual uma menina.
Me permito um instante a observando, acaricio seus cabelos louros e fico ali,
velando seu sono.
Retiro meus sapatos, afrouxo as mangas da camisa, deito a seu lado e ela,
devagar, se aninha a meu peito.
Apago as luzes e, antes que meus olhos fechem, só consigo sorrir...

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Sorrir...

Será que você consegue perceber o que acontece á sua volta quando você sorri?
Será que você acreditaria se pudesse ver?
Talvez isso só aconteça comigo, talvez só eu perceba...

Sabe o que acontece comigo
Garotos da rua

Quando ela usa aquela blusa transparente
Que já deu acidente de trânsito
Veste aquela calça justa
Com jeito maroto, colada no corpo
Quando ela usa aquela minissaia
Que parece tanga na beira da praia
Até o tempo muda
Quando ela passa atraente e atrevida
Provocante em tudo
Deixando todo mundo mudo
Me pisca o olho de um jeito explícito
Quando ela passa e deixa seu cheiro no ar
Eu fico tonto
Com vontade de amar
Sabe o que acontece comigo?
Incendeia o meu corpo
Sabe o que acontece comigo?
Me enche de paixão
Sabe o que acontece comigo?
Eu não domino mais o meu coração

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

No MSN...

Ela: Nossa, vc me desanimou agora.
Ele: Mas é a verdade.
Ela: Bah, vc nem parece aquele cara animado que conheci.
Ele: Acho que ele morreu...

Porto Alegre
Fresno

Faz frio em Porto Alegre toda noite
E de longe eu não posso te ver
Então me perco em pensamentos de um passado
Que há muito tempo eu quero esquecer
Eu só quero falar que ao teu lado
Eu tava errado, eu nunca consegui viver
Mas só eu sei de você

Só não queria dizer adeus
(É que eu tinha tanto pra contar)
Eu não queria dizer

Eu volto há tanto tempo e cada vez
Parece que o meu tempo não passou
Eu não encontro nada que me dê motivo
Outra vez pra procurar o que sobrou
Eu vivo condenado e sem saída
De um passado que parece não ter fim
Você não sabe de mim

Só não queria dizer adeus
(É que eu tinha tanto pra cantar)
Eu não queria perder o que sempre foi meu
Pois não há alguém que possa te amar
Pois não há alguém que possa nos salvar

Eu não queria dizer adeus
(É que eu tinha tanto pra contar)
Só não queria perder o que sempre foi meu
É que eu tinha tanto pra cantar
Eu não queria dizer adeus

As vezes me sinto muito só, mesmo cercado de pessoas legais.
Será que isso só acontece comigo?
Será que quando falo ninguém me entende?
Tem dias que está difícil de sair da cama.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Sorrir...

Ando precisando de meus amigos, de rir mais e de fechar menos a cara.
Sou simpático com a caixa do mercado e ela me retribui com um sorriso
e com votos de boa semana.
Agradeço a moça que me serve uma bebida e acho graça enquanto jogo
sinuca, e perco, pra variar.
No fim da noite volto pra casa correndo, como sempre, desta vez com um
desafiante, desacelero nos pontos certos e o deixo passar, e começo a
perseguição, tento manter o risco controlado, a adrenalina agita o corpo
acelera as reações e leva embora o sono.
Mas a casa está vazia, e a chuva não ajuda a acabar com o vazio.
Tento ser engraçado, um pouco, mas já não tenho a mesma graça, não
consigo ter a mesma graça, sei que é uma fase, que está se prolongando e
prolongando. As pessoas dizem que estou sozinho por quê quero, é, talvez
seja isso mesmo, eu digo que não.
Tenho conhecido pessoas muito legais, onde quer que eu vá, sempre foi
assim, só as coisas ainda não aconteceram.
Um dia eu chego lá...

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

E no rádio tocou uma canção...

You Were Meant For Me
Jewel

I hear the clock, it's six a.m.
I feel so far from where I've been
Got my eggs and my pancakes too
Got my maple syrup, everything but you

Break the yolks, make a smiley face
I kinda like it in my brand new place
I wipe the spots off of the mirror
Don't leave the keys in the door
Never put wet towels on the floor anymore 'cause

Dreams last so long
Even after you're gone
I know you love me
And soon you will see
You were meant for me
And I was meant for you

Called my momma, she was out for a walk
Consoled a cup of coffee but it didn't wanna talk
Picked up a paper, it was more bad news
More hearts being broken or people being used

Put on my coat in the pouring rain
Saw a movie it just wasn't the same
'Cause it was happy and I was sad
It made me miss you oh so bad

Dreams last so long
Even after you're gone
I know you love me
And soon you will see
You were meant for me
And I was meant for you

Go about my business, I'm doing fine
Besides, what would I say if I had you on the line
Same old story, not much to say
Hearts are broken every day

Brush my teeth and put the cap back on
I know you hate it when I leave the light on
I pick a book up
Turn the sheets down
Take a deep breath and a good look around

Put on my pj's and hop into bed
I'm half alive but I feel mostly dead
I try and tell myself it'll be all right
I just shouldn't think anymore tonight

Hoje estava pensando a respeito da vida e de como as coisas acontecem ou aconteceram. Frio do caramba, tirei o gelo do parabrisa do carro, liguei o ar e aguardei, esperei o gelo derreter, os ônibus saírem e, quando peguei a estrada, essa música. É a faixa do cd mais triste que á comprei até hoje e que devo ter escutado umas três vezes, quatro, contando com esse momento. Sinais, sinais, falava neles hoje á tarde. Acho que... não sei, melhor não achar nada, é tarde e vou dormir...

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Na beira da estrada.

O cego e o amigo Gedeão
Moacyr Scliar

— Este que passou agora foi um Volkswagen 1962, não é, amigo Gedeão?

— Não, Cego. Foi um Simca Tufão.

— Um Simca Tufão? … Ah, sim, é verdade. Um Simca potente. E muito econômico. Conheço o Simca Tufão de longe. Conheço qualquer carro pelo barulho da máquina.
Este que passou agora não foi um Ford?

— Não, Cego. Foi um caminhão Mercedinho.

— Um caminhão Mercedinho! Quem diria! Faz tempo que não passa por aqui um caminhão Mercedinho. Grande caminhão. Forte. Estável nas curvas. Conheço o Mercedinho de longe… Conheço qualquer carro. Sabe há quanto tempo sento à beira desta estrada ouvindo os motores, amigo Gedeão? Doze anos, amigo Gedeão. Doze anos.
É um bocado de tempo, não é, amigo Gedeão? Deu para aprender muita coisa. A respeito de carros, digo. Este que passou não foi um Gordini Teimoso?

— Não, Cego. Foi uma lambreta.

— Uma lambreta… Enganam a gente, estas lambretas. Principalmente quando eles deixam a descarga aberta.
Mas como eu ia dizendo, se há coisa que eu sei fazer é reconhecer automóvel pelo barulho do motor. Também, não é para menos: anos e anos ouvindo!
Esta habilidade de muito me valeu, em certa ocasião… Este que passou não foi um Mercedinho?

— Não, Cego. Foi o ônibus.

— Eu sabia: nunca passam dois Mercedinhos seguidos. Disse só pra chatear. Mas onde é que eu estava? Ah, sim.
Minha habilidade já me foi útil. Quer que eu conte, amigo Gedeão? Pois então conto. Ajuda a matar o tempo, não é? Assim o dia termina mais ligeiro. Gosto mais da noite: é fresquinha, nesta época. Mas como eu ia dizendo: há uns anos atrás mataram um homem a uns dois quilômetros daqui. Um fazendeiro muito rico. Mataram com quinze balaços. Este que passou não foi um Galaxie?

— Não. Foi um Volkswagen 1964.

— Ah, um Volkswagen… Bom carro. Muito econômico. E a caixa de mudanças muito boa. Mas, então, mataram o fazendeiro. Não ouviu falar? Foi um caso muito rumoroso. Quinze balaços! E levaram todo o dinheiro do fazendeiro. Eu, que naquela época j á costumava ficar sentado aqui à beira da estrada, ouvi falar no crime, que tinha sido cometido num domingo. Na sexta-feira, o rádio dizia que a polícia nem sabia por onde começar. Este que passou não foi um Candango?

— Não, Cego, não foi um Candango.

— Eu estava certo que era um Candango… Como eu ia contando: na sexta, nem sabiam por onde começar.
Eu ficava sentado aqui, nesta mesma cadeira, pensando, pensando… A gente pensa muito. De modos que fui formando um raciocínio. E achei que devia ajudar a polícia. Pedi ao meu vizinho para avisar ao delegado que eu tinha uma comunicação a fazer. Mas este agora foi um Candango!

— Não, Cego. Foi um Gordini Teimoso.

— Eu seria capaz de jurar que era um Candango. O delegado demorou a falar comigo. De certo pensou: “Um cego? O que pode ter visto um cego?” Estas bobagens, sabe como é, amigo Gedeão. Mesmo assim, apareceu, porque estavam tão atrapalhados que iriam até falar com uma pedra. Veio o delegado e sentou bem aí onde estás, amigo Gedeão. Este agora foi o ônibus?

— Não, Cego. Foi uma camioneta Chevrolet Pavão.

— Boa, esta camioneta, antiga, mas boa. Onde é que eu estava? Ah, sim. Veio o delegado. Perguntei:
“Senhor delegado, a que horas foi cometido o crime?”

— “Mais ou menos às três da tarde, Cego” — respondeu ele. “Então” — disse eu. — “O senhor terá de procurar um Oldsmobile 1927. Este carro tem a surdina furada.
Uma vela de ignição funciona mal. Na frente, viajava um homem muito gordo. Atrás, tenho certeza, mas iam talvez duas ou três pessoas.” O delegado estava assombrado. “Como sabe de tudo isto, amigo?” — era só o que ele perguntava. Este que passou não foi um DKW?

— Não, Cego. Foi um Volkswagen.

— Sim. O delegado estava assombrado. “Como sabe de tudo isto?” — “Ora, delegado” — respondi.
— “Há anos que sento aqui à beira da estrada ouvindo automóveis passar. Conheço qualquer carro. Sem mais: quando o motor está mal, quando há muito peso na frente, quando há gente no banco de trás. Este carro passou para lá às quinze para as três; e voltou para a cidade às três e quinze.” — “Como é que tu sabias das horas?” — perguntou o delegado. — “Ora, delegado”— respondi. — “Se há coisa que eu sei — além de reconhecer os carros pelo barulho do motor — é calcular as horas pela altura do sol.” Mesmo duvidando, o delegado foi… Passou um Aero Willys?

— Não, Cego. Foi um Chevrolet.

— O delegado acabou achando o Oldsmobile 1927 com toda a turma dentro. Ficaram tão assombrados que se entregaram sem resistir. O delegado recuperou todo o dinheiro do fazendeiro, e a família me deu uma boa bolada de gratificação. Este que passou foi um Toyota?

— Não, Cego. Foi um Ford 1956.

Li essa história agora á pouco, sim, é engraçada, também diferencio alguns carros pelo barulho, talvez até melhor que o cego, mas, as vezes acho que não sou capaz de diferenciar um alfinete de um elefante, burro que sou.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

E no rádio tocou uma canção...

Homem não chora.
Frejat

Homem não chora
Nem por dor
Nem por amor
E antes que eu me esqueça
Nunca me passou pela cabeça
Lhe pedir perdão
E só porque eu estou aqui
Ajoelhado no chão
Com o coração na mão
Não quer dizer
Que tudo mudou
Que o tempo parou
Que você ganhou

Meu rosto vermelho e molhado
É só dos olhos pra fora
Todo mundo sabe
Que homem não chora
Esse meu rosto vermelho e molhado
É só dos olhos pra fora
Todo mundo sabe
Que homem não chora

Homem não chora
Nem por ter
Nem por perder
Lágrimas são água
Caem do meu queixo
E secam sem tocar o chão
E só porque você me viu
Cair em contradição
Dormindo em sua mão
Não vai fazer
A chuva passar
O mundo ficar
No mesmo lugar

Meu rosto vermelho e molhado...

terça-feira, 26 de julho de 2011

Um certo carro branco...

Chevrolets são carros estranhos, parecem meio indecisos, macios demais,
meio mancos, a alavanca de marchas fica meio bamba, as vezes parece que você engata as marchas numa espécie de esponja, sem aquela certeza seca de uma marcha engatada como num Fusca,  por exemplo, metal com metal, engrenagem com engrenagem.
Também não tem aquela decisão no volante como um Gol quadrado, ou GTS Pointer, nem a suspensão parece tão certinha. Parece macia demais, mas tem carros mais macios, e as vezes o carro parece duro demais.
E tem os barulhos inexplicáveis também, nos acabamentos e na carroceria, as vezes.
Mas eu tenho um Chevrolet.
Que eu lembre, não foi um Chevrolet o primeiro carro que eu dirigi de verdade, mas foram os que mais dirigi, acho que já dirigi todos eles, pelo menos os que foram feitos até 2004.
Este é o terceiro, e não vai ser o último.
É um rapaz de meia idade, está com seus 14 anos agora, conservado, e domingo
chegou a seus primeiros cem mil quilometros.
Nos conhecemos quando ele já tinha vivido pouco mais da metade
dessa quilometragem e tivemos de nos adaptar um ao outro.
Eu me acostumando a seus defeitos e ele aos meus.
E ambos aprendemos novos truques, e topamos com um novo desafio a cada
esquina e nos divertimos á beça com a cara de alguns moleques mais jovens.
Mas acho que de todos os Chevys que tive, esse têm sido o que tem me
acompanhado nos momentos mais importantes e têm sido testemunha do meu
choro ou o meio usado pra colocar minha raiva pra fora.
E as vezes têm visto coisas boas, me levado rápido a todo e qualquer lugar e,
numa noite dessas, no seu vidro embaçado, alguém desenhou um coração...
Meu velho Chevy será trocado em breve, outro Chevrolet tomará seu lugar,
tão branco e tão estranho quanto, e ele fará alegria de outra pessoa, talvez
pelos próximos cem mil quilometros, ou até que seja chegada a hora de seu
merecido descanso.
Então, meu velho amigo, queria dizer obrigado.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Diga-me coisas bonitas...

Dias de chuva me deixam pensativo, e, parece que não para de chover, por azar, nos dias em que me sinto mais sozinho. E as vezes dirijo por aí, pego a estrada e deixo o tempo passar, vou a tantos lugares e, ao mesmo tempo, á lugar nenhum, desafio as curvas e corto as retas, com pressa em chegar e com pressa em voltar, mas, na ida ou na volta, não tem ninguém me esperando...

Diga-me coisas bonitas
Roberto Carlos

Venho cansado da estrada
Trago no peito sofrido
Um coração machucado
E tantos sonhos perdidos
Te encontro no meu caminho
Como quem acha uma flor
Te dou sorrisos escassos, te falo de abraços
Preciso de amor

Diga-me coisas bonitas
Faça-me crer que na vida
Ainda existe um amor escondido no peito
De alguém que me ama

Diga-me coisas bonitas
Que há muito tempo eu desejo
Ouvir da boca que eu beijo
Palavras de amor cada vez que me chama

Diga-me coisas bonitas
Traga meus sonhos de volta
Me abraça e nunca me solta
E diga que eu fique pra sempre contigo

Diga-me coisas bonitas
Porque meu peito reclama
Mas só me diga a verdade
É cedo demais pra dizer que me ama

Diga-me coisas bonitas
Traga meus sonhos de volta
Me abraça e nunca me solta
E diga que eu fique pra sempre contigo

Diga-me coisas bonitas
Porque meu peito reclama
Mas só me diga a verdade
É cedo demais pra dizer que me ama

quarta-feira, 6 de julho de 2011

E no rádio tocou uma canção...

Último Beijo
Nenhum de Nós

Apague a luz, tente dormir
Você está sozinho, em casa
Mas não há o que temer
Você deixou só um recado
E se foi assim, sem mais
E eu fiquei aqui, para trás, para trás

Aquele último beijo, tinha mesmo um Gosto estranho
Aquele último beijo, um sabor de despedida
Você queria deixar, tudo sempre igual
Sempre igual, sempre igual
Eu não conseguia deixar tudo sempre igual
Sempre igual, sempre igual

Não posso estar, em todos os lugares
Nem viver todas as vidas, em saber todas as respostas
Que você pediu para dar, para dar

Aquele último beijo, tinha mesmo um Gosto estranho
Aquele último beijo, um sabor de despedida
Você queria deixar, tudo sempre igual
Sempre igual, sempre igual
Eu não conseguia deixar tudo sempre igual
Sempre igual, sempre igual

Acho que todas as vidas do mundo poderiam ser traduzicdas nas músicas do
Nenhum de Nós, tá, teria de juntar as do Kid Abelha também, mas essa, em
especial, têm tocado bastante e sempre me põe pra pensar...

Lembrar...

Lembrar:
v.t. Trazer à memória, recordar: lembrei o dia de meus anos.
Sugerir, advertir: lembrei-lhe os compromissos.
Aproximar por analogia, parecer: seus olhos lembram esmeraldas.
Vir à lembrança: lembrei-me de vestir a túnica.
V.pr. Recordar-se, ter lembrança.

Lembrar, sentir saudades?
Lembrar, tentar esquecer?
Lembrar, coisas boas e ruins?
Lembrar, amor e ódio?

Essa semana me deparei com a sala vazia,
os computadores com seus leds brilhando e
barulho das sirenes das empilhadeiras circulando
em frente á porta.
O mesmo programa no rádio.
As mesmas músicas e a mesma sensação.
E, numa certa altura.
Não havia para quem telefonar.
E o telefone também não tocou, como costumava fazer.
E é estranho como a ficha cai as vezes e nos sentimos
tão vazios. Tão sem motivos pra tudo.
A casa vai estar vazia quando eu chegar.
Meus cachorros estarão esperando.
A mesma pilha de louça e a cama desarrumada.
A TV que não assisto.
E as luzes apagadas.
Ai,ai. Complicado.
Lembranças, lembranças.
As vezes é ruim pensar no que foi dito com o coração ferido.
Certas coisas nunca deveriam ser ditas.
E eu vivo de passado. E lembro das coisas ruins.
Gosto de viver de passado.
Tento lembrar das coisas boas de vez em quando.
E seguir em frente, sozinho.
Não importa quantas pessoas passaram ou passarão pela
minha vida.
O que realmente importa são as marcas que cada uma vai
deixar.
Só peço que as marcas que ficarem na próxima vez, sejam tão
profundas e importantes quanto a da última pessoa
que passou por aqui...

sábado, 2 de julho de 2011

A onda...

A estrada está me chamando, sinto o seu chamado numa voz muito baixa.
Ela diz:
" Acelera cara, vamos lá, vamos ser só você e eu, vá mais longe, joque suas coisas na mala do carro e acelere.
Eu não vou te deixar sozinho, segura minha mão e vem..."
E o dia está tão horrível, tão frio.
A cama me segurou de novo essa manhã. Ou será que sou eu?
Será que ando com medo?
Ou você muda ou a vida muda você.
É o que acontece, já vi esse filme antes e não gostei do final.
E hoje acordei pensando que ia mudar, mas estou fazendo a mesma coisa.
Sempre igual.
Mas a vida está agindo.
Ela é como um Tsunami.
De repente o mar tranquiliza, estabiliza.
O nível da água baixa um pouco, o mar recua lentamente e você nem nota.
E aonda gigante, quando vem, destrói tudo.
Acaba com tudo o que consegue tocar.
Mas não vou correr pras montanhas.
Muito menos ficar sentado esperando que ela me atinja.
Dessa vez vou ao seu encontro.
Sei que não vou vencê-la, sei que ela atingirá minha vida e a fará mudar.
Mas, quero colocar medo nela dessa vez, mesmo que por um mínimo instante.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Fica aqui um pouco, só um instante,please...

Senta aqui ao meu lado,
Deixa eu olhar você enquanto tomo meu café,
Não preciso que você diga algo,
Só quero sentir sua presença,
Deixa eu sentir você por perto,
E curtir seu rosto,
Ver seus olhos,
Ver  a maneira como você vê as coisas.
Você está tão linda,
Nunca tinhas visto você assim,
As botas e o jeans desbotado,
E a camisa simples,
Seus olhos negros me enchem de saudades,
E me deixam triste.
Senta aqui apenas um momento,
Deixa eu segurar sua mão,
Quem sabe um sorriso seu,
E as coisas não melhoram?

Dias de chuva me deixam pensativo...

O dia de hoje especialmente, a neblina e a chuva que bate no pára-brisa me faz perguntar o que faço aqui, acordado á essa hora. Mas a cama vazia não prometia momentos muito melhores, o calor das cobertas não é suficiente quando se está sozinho.
Você nunca fez parte da minha vida, mas, hoje acordei pensando em você, da mesma maneira como dormi ontem, lembrando de como nos conhecemos e da impressão forte que você me  causou.
Garota, garota, porque na vida as melhores coisas têm de ser impossíveis?
Gosto da tatuagem em seu pulso e do seu olhar por trás dos óculos.
Te vejo passar distante, e gosto de falar com você, mas agora me sinto sem coragem, me sinto infantil, me sinto ridículo, incapaz.
Caramba garota, se você soubesse o que se passa aqui dentro, desse turbilhão que é minha cabeça.
Mas não temos esse poder não é mesmo?  Temos nossos segredos e nossos problemas e não temos como fugir disso, não é verdade?
Em meus sonhos, em algumas raras noites, em que sonho, estamos sentados ao sol, em um lugar alto, olhando o mundo lá embaixo e o vento sacode seu cabelo e você está linda, como da segunda vez que te vi.
Que bom que me restam os sonhos.

domingo, 19 de junho de 2011

Conto...

A uns dias eu e o desocupados mais inteligentes do mundo, discutíamos o que seria pior pra um pai de uma adolescente. As características em linhas gerais são as que seguem abaixo, tendo como personagem da trama este desprezível ser que vos escreve:

"Senhor e senhora X acordaram cedo no domingo. Aos domingos sempre iam á cidade visitar sua filha, estudante de direito, que morava em um sobrado de bom padrão em um bairro chique.
Senhor X dirigia seu potente SUV pela estrada tranquilamente, sorria, ouvindo sucessos internacionais no bom sistema de som do carro.
Trabalhara muito para chegar até ali, e estava feliz. Continuava trabalhando, o trabalho com cobranças cada vez maiores, mas era divertido.
Tinha uns colegas que não valiam nada, mas, isso são coisas da vida, acontecem em qualquer trabalho.
A filha morava na cidade a poucos meses, ele achara um absurdo uma garota de 19 anos morar sozinha, pior, num lugar onde não pagaria aluguel e, como não pagava também a universidade, com dinheiro suficiente para gastar como bem entendesse.
Mas a senhora X o convencera, disse que era bom ela ter independência, que hoje em dia nenhuma garota da sua idade dava satisfação aos pais, que ela não era mais a “menininha do papai”, mas, aos 19 já era uma mulher decidida, que merecia esse voto de confiança.
Bom, todo aquele blá,blá,blá, e o sobrado apareceu em um negócio, por quê não matar dois coelhos com uma cajadada só?
Se perdia o valor de um aluguel naquela região cara da cidade, mas, enfim, contentava-se a gregos e troianos.
Além do mais, não se perdia o controle totalmente, pois religiosamente aos domingos eles iam almoçar em sua casa.
Não iam muito cedo, ela dizia que sempre estudava até tarde aos sábados, que esse era o único dia que lhe sobrava, pois durante a semana trabalhava e tinha as aulas. Claro que não era bem assim, sábado era o dia em que ela aproveitava pra sair, mas tudo bem, ela fingia que eles acreditavam e eles fingiam que não sabiam.
E tudo estava bem assim, aos domingos, quando chegavam, lá pelas 8, ela sempre estava dormindo, as vezes havia alguma amiga por ali também, mas nada de namorados, nada de álcool, tudo tranqüilo.
Senhor X estacionou o carro na calçada em frente, havia poucos carros na rua, tudo tranqüilo. Desceram, passou pela traseira do carro, olhou o entorno e, parou, retornou o olhar, hum, aquele carro branco ali, o pára-choque arranhado no lado direito, meio sujo... Não, é igual a tantos outros.  Vamos lá.
Senhora X abriu a porta, como sempre, foi até a cozinha deixar as sacolas e ele foi para a sala, hum, havia uma blusa sobre o sofá, atirada a um canto.
“-Ela esqueceu...”, pensou, mas, ao pegar o agasalho, notou que era masculino e não o contrário.
Tudo bem, tudo bem, nada demais.
Seguiu sua inspeção e, agora sim, opa, alerta, a peça de roupa parecia um vestido que a filha costumava usar para sair. Jogado também a um canto este sim causava preocupação. Recolheu a peça e seguiu.
O banheiro ainda molhado denunciava o banho recém tomado, o vapor denunciava as pegadas de quem passara por ali.
E haviam três pés.
Dois menores, femininos, e um maior, um pé direito, masculino. Ao lado duas marcas estranhas, pequenos círculos concêntricos...
Seguiu caminhando em direção ao quarto dela, espiou através da fresta e dois corpos eram denunciados pelo formato das cobertas.
Abriu a porta e entrou, ao chegar próximo á cama, viu algo que não pôde acreditar, as duas muletas ao lado da cama, junto ao All Star velho.
Não agüentou e gritou, horrorizado:

“- NÃO, O SEM PERNA NÃÃÃOOOOOOOOOOOOOO...”

sábado, 11 de junho de 2011

E no rádio tocou uma canção...

O dia está lindo, mas não estou com vontade de ver o sol. Ainda consigo setir o gosto daquele maldito café com vodka na boca e meu corpo ainda se ressente do esforço da noite anterior.
Não bebi muito, mas aquele café ainda vai me deixar sem dormir por mais algumas horas e então, fico lembrando de velha histórias e de uma conversa que tive ontem, com uma pessoa que gosto muito e que, pra variar... Bom, melhor que seja assim. Melhor continuar como o cara gente fina que andava com o irmão dela do que como um cara que só a fez infeliz.
Foi algo assim que ela me disse ontem? Acho que sim. Tanto eu quanto ela somos surdos do ouvido esquerdo, não sei se entendemos direito o que cada um disse.
Pra fechar com chave de ouro, esse horrível dia ensolarado, no rádio tocou essa canção:

Preciso dizer que te amo
Leo Jaime

Quando a gente conversa
Contando casos, besteiras
Tanta coisa em comum
Deixando escapar segredos
E eu não sei em que hora dizer
Me dá um medo
Eu preciso dizer que te amo
Te ganhar ou perder sem engano
Eu preciso dizer que te amo

E até o tempo passa arrastado
Só pra eu ficar ao teu lado
Você me chora dores de outro amor
Se abre e acaba comigo
Nessa novela eu não quero ser
O teu amigo
É que eu preciso dizer que te amo
Te ganhar ou perder sem engano
Eu preciso dizer que te amo
Tanto

E até o tempo passa arrastado
Só pra eu ficar ao teu lado
Você me chora dores de outro amor
Se abre e acaba comigo
Nessa novela eu não quero ser
O teu amigo
(Que amigo)
Eu preciso dizer que te amo
Te ganhar ou perder sem engano
Eu preciso dizer que te amo
Tanto,
Tanto

Eu preciso dizer que te amo
Te ganhar ou perder
Eu preciso dizer...
Sem engano
É que eu preciso dizer que te amo
Te ganhar ou perder sem engano
Eu preciso dizer que te amo
Tanto,
Tanto,
Tanto.

Tanto.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Histórias reais, seres imaginários...

Ela tinha 24 anos, bonita, inteligente, recém formada em letras (ela podia ser formada em qualquer outra coisa...). Conheceu ele num chat, desses de bate papo. Ela estava meio triste por quê aquele seu noivo, o jogador de handebol, que ela namorava desde os 15 e que fazia medicina (ou coisa parecida...), havia encontrado o amor da sua vida e terminado tudo. Pouco importava se a família dele era contra, ou a diferença de idade, ele decidiu que ia embora com  Paulão (personal da academia...) e estava acabado. A porta do armário nunca mais ia fechar e ele ia ser feliz. Ponto final.
O cara do chat era mais velho, 35, advogado (ou qualquer coisa assim...). Gostara dele, ele falou a verdade desde o início, que estava triste por causa do casamento que estava terminando, que a mulher, psicótica (uma bela psicóloga, ex jogadora de vôlei, 32 anos...) dependia cada vez mais dos medicamentos e a relação já não era mais como antigamente.
Se encontraram naquele barzinho maneiro, onde é difícil encontrar mesas e sentaram num lugar mais reservado, ele disse nunca ter ido ali, mas o lugar era tão bom que o garçom o tratava com tanta simpatia, como se fossem íntimos (ele ia naquele bar duas vezes por semana, mas tudo bem, ela não precisava saber...).
Ele tinha alguns poucos cabelos brancos e o corte de cabelo curto o deixava com um ar sério.
Falaram de assuntos diversos, a comida fantástica e aquele vinho branco, bom, aquele vinho era divino, riram um pouco e ele começou a pedir sobre sua vida, seu noivo. Ele começou a falar sobre seu casamento, fracassado, sobre como o trabalho o tirava de casa durante algumas noites, de como as poucos sua mulher ia se tornando frágil, sem querer trabalhar, sem querer fazer nada (na verdade ela jogava tênis ás terças, na quarta natação, caminhava seis quilômetros todos os dias, apenas mais um detalhe sem importância...).
Ela olhou nos olhos dele e ele pareceu tão triste, não conseguiu sustentar seu olhar. Ela pegou sua mão, e ficaram assim um instante, de mãos dadas sobre a mesa, ele acariciando seus dedos e os olhos buscando um entendimento.
Saíram do bar e enquanto o manobrista buscava o carro, ele, furtivo, se aproximou e o beijo rolou, rolou naturalmente, ele pediu desculpas, envergonhado, se afastou. Ela o puxou para si e o beijou de novo, agora com mais vontade, agora um beijo mesmo, de cinema.
O carro chegou, era uma BMW branca, grande, parecia potente (era uma porcaria de uma 318, 92, sedã, com GNV...) e combinava com ele. Não podiam ir para seu apartamento e muito menos para a casa dele, acabaram naquele motel caro, próximo ao centro e...
Aos poucos ele foi tirando sua roupa e a amou, amou como ela nunca tinha sido amada antes, amou muito melhor que seu ex namorado, explorou cada curva, cada espaço, cada segredo de seu corpo, a fez se esntir mulher, como á muito não se sentia.
Isso foi a cinco anos e, olhando a foto dele na cabeceira da cama, conseguia lembrar de cada detalhe daquela tarde e ainda o amava, sabia que ele não podia deixar os filhos com aquela mulher perversa que agora passava dias internada (sim, naquele simpósio sobre psicologia em Londres, durante duas semanas, pra onde levou também Jéssica e Pedro, seu amados filhos...) em hospitais e ele sempre atolado em trabalho, mas preocupado com ela (bom, ultimamente ele estava, bem, digamos, "atolado", naquela estagiária gata, de 19...) e sempre que ele podia saíam juntos.
Agora ele vinha á seu apartamento e os encontros tinham de ser mais discretos, pois agora ele tinha conseguido fama (defendendo aquele traficante de 18 anos, que saiu no Datena...) e estava preocupado com a imagem. Ela entendia e se sentia culpada quando desconfiava dele quando ele dizia que não poderia ser dessa vez que ia se separar, que não podia deixar a mulher assim, doente. E seus filhos? O que seria deles?
Eram adolescentes, 10 e 12 anos, estavam numa fase difícil, não iam aceitar a separação, não com a mãe naquele estado.
E ela segurava o anel que ele lhe dera, no dia dos namorados, ano passado, junto com as rosas ( o mesmo anel que a secretária tinha jogado na sua cara alguns anos antes, quando cansou de ser trouxa...), junto com aquele cartãozinho onde dizia que a amava.
Será que um dia poderiam viver esse amor?


Bolei essa história agora, depois de um causo que contei hoje á tarde, sobre uma bela morena, muito inteligente, que está caindo nessa mesma conversa mole.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Sobre as Terras Devastadas...

Joguei mais dois pedaços de lenha na fogueira e novamente me arrastei para a boca do velho cano abandonado, esta noite esse será meu refúgio. O meu cobertor puído, retirado de um carro abandonado, espanta um pouco o frio, enquanto meus cachorros, aninhados um ao outro tentam somar seu calor.
É o começo da estação de frio nas terras devastadas, agora os dias são mais curtos e as noites de um frio cortante.
O vento, carregado de sujeira, nos atinge o rosto como se pequenas agulhas ferissem nossa pele. A neve não nos pertence mais, a destruição levou os dias de neve embora, mas o vento ficou, e, em agum extremo oposto á realidade árida onde estou, um imenso inferno congelado sobrevive, commutações dos poucos sobreviventes, que nada lembram os animas que ainda vivem nas minhas memórias.
Acendo um cigarro, a fumaça quente percorre minha garganta e me traz uma breve sensação de calor, uma breve sensação de bem estar, a fumaça que inalo leva minha mente para longe...
Ah, os odores, o cheiro de café recém passado nas manhãs frias e da gama molhada após as chuvas.
Qual era seu perfume mesmo?
O tempo levou a marca do perfume embora, mas não levou as marcas da alma.
Você me pediu um tempo, pra si, hoje vejo que você ganhou todo o tempo que precisava, todo o tempo do mundo...

Histórias reais, seres imaginários...

A conheci meio assim, meio sem querer,
e agora estou gostando dela.
Tenho seu telefone,
sei muito á seu respeito,
sei que ela não me quer.
Ela está a fim de um cara,
que não a quer também.
Ela me perguntou por quê tudo tem de ser assim.
Disse a ela que amor é só um velho jogo.
Um velho jogo quebrado...

Love Is Just a Game
The Magic Numbers

Oh, maybe I think maybe I don't
Maybe I will maybe I won't
Find my way this time
I hear you're calling me soon
One of these days
Some of these days, and somebody pays
It happens all the time
I'll be leaving, believing you wanted me to

And maybe I'm a fool for walking in line
And maybe I should try to lead this time
I'm an honest mistake that you made
Did you mean to?
Did you mean?
Oh, did you mean?

Love is just a game
Broken all the same
And I will get over you
Love is just a lie
Happens all the time
Swear I know this much is true

Oh, and they coloured you up
They coloured you down, they coloured you in
And I've been waiting so long
To take you home

And maybe I think, maybe I don't
Maybe I will, maybe I won't
Find my way tonight
But I hear you're calling me soon

And maybe I'm a fool for walking in line
And maybe I should try to lead this time
I'm an honest mistake that you made
Did you mean to?
Did you mean?
Oh, did you mean?

Love is just a game
Broken all the same
And I will get over you
Love is just a lie
Happens all the time
Swear I know this much is true

And maybe I'm a fool for walking in line
And maybe I should try to lead this time
I'm an honest mistake that you made
Did you mean to?
Did you mean?
Oh, did you mean?

Love is just a game
Broken all the same
And I will get over you
Love is just a lie
Happens all the time
Swear I know this much is true

domingo, 5 de junho de 2011

Histórias reais, seres imaginários...

"Se você pudesse me descrever em apenas uma palavra, qual seria?"
"Hum, pergunta difícil essa, deixa eu pensar...
Poderia usar amor, mas amor é sentimento,
pode descrever o que sinto, mas não o que você é...
Poderia dizer princesa,
mas é assim que me dirijo a você sempre que falamos.
Hum...
Rosa (a flor e não a cor)."
"Hum, porquê?"
"Por quê uma rosa vem ao mundo pra tornar ele mas belo,
pra trazer sorrisos as rostos das pessoas,
por quê uma rosa só se abre em condições muito especiais,
da mesma forma que você só vai se abrir por inteiro quando estiver com alguém especial.
Como uma rosa você deve ser tocada com todo o carinho,
apreciada em sua cor e seu perfume.
E como uma rosa, você também tem espinhos,
não pra ferir as pessoas, mas, pra se proteger de quem quer te fazer mal..."

Essa conversa aconteceu a tempos atrás, em uma galáxia muito e muito distante,
não foi exatamente assim, não em com todas as palavras, não lembro de tudo,
apenas mais uma memória sobre coisas que chegam ao fim...

terça-feira, 31 de maio de 2011

E no rádio tocou uma canção...

Acabei de falar com uma amiga que as vezes toca uma música que fecha perfeitamente com o momento que estamos vivendo, agora, Nila Branco? NILA BRANCO? Essa aí é tão exótica e tão desconhecida e, veio num momento tão brabo que não tem como não ouvir de novo.

Essa noite eu quero ir mais além...
Nila Branco

Já tô cheia de problemas
E você mandando assim
De repente esquece quem sou eu
Vê se enxerga que talvez
Eu saiba o que é melhor prá mim
Meu coração não morreu...

Pode crer!
Pode crer que quem sonhar um dia o sonho vem
Ah! eu não desisto dessa idéia de poder comemorar
Você vai ver, que tudo vai mudar...

Essa noite eu quero ir mais além
Eu não devo nada prá ninguém
Vamos dar um tempo prá nós dois
Que a saudade vem melhor depois..

Olhe bem para os meus olhos
Tente ver o brilho que eles tem
Eles vão mostrar o meu amor
Você sabe que eu sou uma mulher
Minha parte eu faço bem
Meu coração não mudou, mudou não...

Amanhã quem sabe até te pago um cinema
Mas é que hoje eu já chamei
Minhas amigas prá sair
E se eu puder
Eu vou me divertir...

Essa noite eu quero ir mais além
Eu não devo nada prá ninguém
Vamos dar um tempo prá nós dois
Que a saudade vem melhor depois..

Pode crer!
Pode crer que quem sonhar um dia o sonho vem
Ah! eu não desisto dessa idéia de poder comemorar
Você vai ver, que tudo vai mudar...

Olhe bem para os meus olhos
Tente ver o brilho que eles tem
Eles vão mostrar o meu amor
Você sabe que eu sou uma mulher
Minha parte eu faço bem
Meu coração não mudou, mudou não...

Amanhã quem sabe até te pago um cinema
Mas é que hoje eu já chamei
Minhas amigas prá sair
E se eu puder
Eu vou me divertir...

Esta noite eu quero ir mais além
Eu não devo nada prá ninguém
Vamos dar um tempo prá nós dois
Que a saudade vem melhor depois...

Bom, as vezes a raiva nos faz ver apenas o que queremos, olhamos para aquilo que está perfeitamente á nossa frente e apenas nos confirma a verdade em que queremos acreditar, e não nos deixa ver o parágrafo que está logo abaixo no texto, explicando toda a situação.
Meu, to triste com isso e de saco cheio...

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Em 1997...

Hoje vi caras sendo colocados contra a parede, guris, enfim, chamados á responsabilidade, e, quando cheguei em casa fui pegar as velhas fotos e lembrar um pouco de como eu era na idade deles. Que droga, as histórias velhas bateram na porta e resolveram entrar sem dar muita satisfação, sentaram no sofá, ligaram a tv e parecem decididas a me incomodar por vários dias.
E hoje ainda é segunda feira.
Em 1997 minha sala era a primeira em frente a biblioteca, não lembro o número da turma, terminava em "1" como todas as outras. Meu amigos ficavam na terceira sala, 221 e 223? Não lembro, enfim, lembro dela e lembro que era da terceira sala.
Ela não era bonita, não como as garotas á sua volta, ia para a aula com um jeans surrado e um moletom vermelho, usava um tênis velho, e as roupas folgadas não deixavam ter muita noção do seu corpo.
Tinha um amigo meu que era apaixonado por ela, um dia, meio bêbado, me enchi de coragem e fui tentar fazer o lado pra ele, meu Deus, como éramos primários, mas naquela época nem celular tínhamos e nossos trabalhos eram feitos na Biblioteca Pública, xerocados e entregues á mão.
Foi algo estranho, ela tinha olhos grandes por trás daqueles óculos que usava, olhos negros e um sorriso bonito, a despeito dos dentes que não eram perfeitamente alinhados, acho que esse era o grande charme.
Que merda, estava apaixonado.
Aos poucos fomos nos tornando amigos, lá pelas tantas eu ía na casa dela e andávamos juntos por aí. Ela falava inglês perfeitamente e traduzia umas músicas que eu gostava, gostávamos da Natalie Imbruglia e da Jewel, acho que só tem duas pessoas no mundo que gostam delas.
Caramba, ainda tenho essas traduções atiradas em algum canto, com a letra separada, bonita, e sempre com um desenho no canto da página.
E o encarte do cd da Jewel ainda tem a marca do batom dela.
Tempos depois ela me disse não, não lembro muio bem como aconteceu, sim, lembro, parei meu fusca na frente da casa dela, descemos, acho que estava abraçado nela e disse que para aquele dia ficar perfeito, só faltava um beijo.
Dias depois ela estava com um dos meus amigos, e depois ficou com outro, e o tempo passou. Eu fiquei para trás, toda aquela festa cobrou seu preço e, no ano seguinte, na formatura, não lembro como ela estava vestida, minha irmã e minha namorada se formaram naquele dia e vi ela, mas acho que não conversamos.
E nos anos seguintes nos vimos de vez em quando, em ocasiões esporádicas, nos encotramos na rua, em algumas festas, na UCS.
Numa certa época eu estava sozinho e tentei o velho telefone. Ela já tinha celular, eu ainda ia levar uns anos pra ter o meu, sentamos na grama em frente ao Centro de Convivência e ali falamos por horas.
E ela me disse não e, dessa vez, especificou muito bem o motivo.
Anos atrás, não lembro a quantos anos, vi uma moça repondo as mercadorias nas prateleiras de um mercado, ela usava uma blusa vermelha, como todas as outras, um jeans surrado e um tênis velho.
Na hora que vi ela me enchi de recordações e por uma brincadeira da vida, coisa de que não tem sorte, semana passada ela também me disse não...