quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Voltando...

Cheguei tarde e só os cachorros me viram chegar, a casa estava com a luz da cozinha acesa, por um momento pensei que havia alguém me esperando.
O cachorro mais velho correu afoito para o portão, estava solto, curtindo a noite, latiu quando não reconheceu o carro, mas, logo fez festa e pulou em mim, correndo para a porta da frente pra me esperar, abanando o rabo com vontade.
Abri a porta e amajestade entrou primeiro, ainda se sacolejando como sempre faz quando está feliz.
Deixei as malas no chão, enchi seu prato, tranquei a porta.
Abri a outra porta e só ouvi o silêncio.
A casa estava limpa, e com o cheiro de sempre.
Não sei se casas tem cheiros característicos, apenas a minha parece que tem um ar diferente, talvez seja uma sensação de reconhecimento ao chegar num lugar que nos é familiar.
Tinha uma pilha de contas sobre a mesa, algumas delas já atrasadas, e as chaves do carro.
E no canto, onde havia o sofá, agora só há um espaço vazio.
Já fazia um tempo que tinha umas coisas para doar ou vender, no fim, minha mãe falou do sofá e, quando falou, fiquei chocado, mas, quem sabe assim algumas lembranças não vão embora também.
Abri as malas, atirei as coisas nos cantos do quarto que também está vazio.
Comi alguma coisa, dei um tempo, apaguei as luzes e fui pra cama.
E que coisa boa é nossa cama.
Não que as outras sejam ruins, mas de novo aquela sensação de proteção, de estar de novo na casca, sem estar vulnerável, fechar os olhos e dormir.
Acho que foi a melhor noite de sono que tive em meses.
E acho que foi uma noite que encerrou um ciclo, deitei a cabeça exausto, e acordei renovado, com a certeza de que coisas muito boas me aguardam...

Um comentário:

  1. Obrigada, sabe que não gosto muito dela, não tinha ideia que era uma música.

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