quinta-feira, 9 de junho de 2011

Sobre as Terras Devastadas...

Joguei mais dois pedaços de lenha na fogueira e novamente me arrastei para a boca do velho cano abandonado, esta noite esse será meu refúgio. O meu cobertor puído, retirado de um carro abandonado, espanta um pouco o frio, enquanto meus cachorros, aninhados um ao outro tentam somar seu calor.
É o começo da estação de frio nas terras devastadas, agora os dias são mais curtos e as noites de um frio cortante.
O vento, carregado de sujeira, nos atinge o rosto como se pequenas agulhas ferissem nossa pele. A neve não nos pertence mais, a destruição levou os dias de neve embora, mas o vento ficou, e, em agum extremo oposto á realidade árida onde estou, um imenso inferno congelado sobrevive, commutações dos poucos sobreviventes, que nada lembram os animas que ainda vivem nas minhas memórias.
Acendo um cigarro, a fumaça quente percorre minha garganta e me traz uma breve sensação de calor, uma breve sensação de bem estar, a fumaça que inalo leva minha mente para longe...
Ah, os odores, o cheiro de café recém passado nas manhãs frias e da gama molhada após as chuvas.
Qual era seu perfume mesmo?
O tempo levou a marca do perfume embora, mas não levou as marcas da alma.
Você me pediu um tempo, pra si, hoje vejo que você ganhou todo o tempo que precisava, todo o tempo do mundo...

Um comentário:

  1. E vc fez questão que este tempo fosse todo o tempo do mundo.

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