sexta-feira, 10 de junho de 2011

Histórias reais, seres imaginários...

Ela tinha 24 anos, bonita, inteligente, recém formada em letras (ela podia ser formada em qualquer outra coisa...). Conheceu ele num chat, desses de bate papo. Ela estava meio triste por quê aquele seu noivo, o jogador de handebol, que ela namorava desde os 15 e que fazia medicina (ou coisa parecida...), havia encontrado o amor da sua vida e terminado tudo. Pouco importava se a família dele era contra, ou a diferença de idade, ele decidiu que ia embora com  Paulão (personal da academia...) e estava acabado. A porta do armário nunca mais ia fechar e ele ia ser feliz. Ponto final.
O cara do chat era mais velho, 35, advogado (ou qualquer coisa assim...). Gostara dele, ele falou a verdade desde o início, que estava triste por causa do casamento que estava terminando, que a mulher, psicótica (uma bela psicóloga, ex jogadora de vôlei, 32 anos...) dependia cada vez mais dos medicamentos e a relação já não era mais como antigamente.
Se encontraram naquele barzinho maneiro, onde é difícil encontrar mesas e sentaram num lugar mais reservado, ele disse nunca ter ido ali, mas o lugar era tão bom que o garçom o tratava com tanta simpatia, como se fossem íntimos (ele ia naquele bar duas vezes por semana, mas tudo bem, ela não precisava saber...).
Ele tinha alguns poucos cabelos brancos e o corte de cabelo curto o deixava com um ar sério.
Falaram de assuntos diversos, a comida fantástica e aquele vinho branco, bom, aquele vinho era divino, riram um pouco e ele começou a pedir sobre sua vida, seu noivo. Ele começou a falar sobre seu casamento, fracassado, sobre como o trabalho o tirava de casa durante algumas noites, de como as poucos sua mulher ia se tornando frágil, sem querer trabalhar, sem querer fazer nada (na verdade ela jogava tênis ás terças, na quarta natação, caminhava seis quilômetros todos os dias, apenas mais um detalhe sem importância...).
Ela olhou nos olhos dele e ele pareceu tão triste, não conseguiu sustentar seu olhar. Ela pegou sua mão, e ficaram assim um instante, de mãos dadas sobre a mesa, ele acariciando seus dedos e os olhos buscando um entendimento.
Saíram do bar e enquanto o manobrista buscava o carro, ele, furtivo, se aproximou e o beijo rolou, rolou naturalmente, ele pediu desculpas, envergonhado, se afastou. Ela o puxou para si e o beijou de novo, agora com mais vontade, agora um beijo mesmo, de cinema.
O carro chegou, era uma BMW branca, grande, parecia potente (era uma porcaria de uma 318, 92, sedã, com GNV...) e combinava com ele. Não podiam ir para seu apartamento e muito menos para a casa dele, acabaram naquele motel caro, próximo ao centro e...
Aos poucos ele foi tirando sua roupa e a amou, amou como ela nunca tinha sido amada antes, amou muito melhor que seu ex namorado, explorou cada curva, cada espaço, cada segredo de seu corpo, a fez se esntir mulher, como á muito não se sentia.
Isso foi a cinco anos e, olhando a foto dele na cabeceira da cama, conseguia lembrar de cada detalhe daquela tarde e ainda o amava, sabia que ele não podia deixar os filhos com aquela mulher perversa que agora passava dias internada (sim, naquele simpósio sobre psicologia em Londres, durante duas semanas, pra onde levou também Jéssica e Pedro, seu amados filhos...) em hospitais e ele sempre atolado em trabalho, mas preocupado com ela (bom, ultimamente ele estava, bem, digamos, "atolado", naquela estagiária gata, de 19...) e sempre que ele podia saíam juntos.
Agora ele vinha á seu apartamento e os encontros tinham de ser mais discretos, pois agora ele tinha conseguido fama (defendendo aquele traficante de 18 anos, que saiu no Datena...) e estava preocupado com a imagem. Ela entendia e se sentia culpada quando desconfiava dele quando ele dizia que não poderia ser dessa vez que ia se separar, que não podia deixar a mulher assim, doente. E seus filhos? O que seria deles?
Eram adolescentes, 10 e 12 anos, estavam numa fase difícil, não iam aceitar a separação, não com a mãe naquele estado.
E ela segurava o anel que ele lhe dera, no dia dos namorados, ano passado, junto com as rosas ( o mesmo anel que a secretária tinha jogado na sua cara alguns anos antes, quando cansou de ser trouxa...), junto com aquele cartãozinho onde dizia que a amava.
Será que um dia poderiam viver esse amor?


Bolei essa história agora, depois de um causo que contei hoje á tarde, sobre uma bela morena, muito inteligente, que está caindo nessa mesma conversa mole.

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