sexta-feira, 24 de junho de 2011

Fica aqui um pouco, só um instante,please...

Senta aqui ao meu lado,
Deixa eu olhar você enquanto tomo meu café,
Não preciso que você diga algo,
Só quero sentir sua presença,
Deixa eu sentir você por perto,
E curtir seu rosto,
Ver seus olhos,
Ver  a maneira como você vê as coisas.
Você está tão linda,
Nunca tinhas visto você assim,
As botas e o jeans desbotado,
E a camisa simples,
Seus olhos negros me enchem de saudades,
E me deixam triste.
Senta aqui apenas um momento,
Deixa eu segurar sua mão,
Quem sabe um sorriso seu,
E as coisas não melhoram?

Dias de chuva me deixam pensativo...

O dia de hoje especialmente, a neblina e a chuva que bate no pára-brisa me faz perguntar o que faço aqui, acordado á essa hora. Mas a cama vazia não prometia momentos muito melhores, o calor das cobertas não é suficiente quando se está sozinho.
Você nunca fez parte da minha vida, mas, hoje acordei pensando em você, da mesma maneira como dormi ontem, lembrando de como nos conhecemos e da impressão forte que você me  causou.
Garota, garota, porque na vida as melhores coisas têm de ser impossíveis?
Gosto da tatuagem em seu pulso e do seu olhar por trás dos óculos.
Te vejo passar distante, e gosto de falar com você, mas agora me sinto sem coragem, me sinto infantil, me sinto ridículo, incapaz.
Caramba garota, se você soubesse o que se passa aqui dentro, desse turbilhão que é minha cabeça.
Mas não temos esse poder não é mesmo?  Temos nossos segredos e nossos problemas e não temos como fugir disso, não é verdade?
Em meus sonhos, em algumas raras noites, em que sonho, estamos sentados ao sol, em um lugar alto, olhando o mundo lá embaixo e o vento sacode seu cabelo e você está linda, como da segunda vez que te vi.
Que bom que me restam os sonhos.

domingo, 19 de junho de 2011

Conto...

A uns dias eu e o desocupados mais inteligentes do mundo, discutíamos o que seria pior pra um pai de uma adolescente. As características em linhas gerais são as que seguem abaixo, tendo como personagem da trama este desprezível ser que vos escreve:

"Senhor e senhora X acordaram cedo no domingo. Aos domingos sempre iam á cidade visitar sua filha, estudante de direito, que morava em um sobrado de bom padrão em um bairro chique.
Senhor X dirigia seu potente SUV pela estrada tranquilamente, sorria, ouvindo sucessos internacionais no bom sistema de som do carro.
Trabalhara muito para chegar até ali, e estava feliz. Continuava trabalhando, o trabalho com cobranças cada vez maiores, mas era divertido.
Tinha uns colegas que não valiam nada, mas, isso são coisas da vida, acontecem em qualquer trabalho.
A filha morava na cidade a poucos meses, ele achara um absurdo uma garota de 19 anos morar sozinha, pior, num lugar onde não pagaria aluguel e, como não pagava também a universidade, com dinheiro suficiente para gastar como bem entendesse.
Mas a senhora X o convencera, disse que era bom ela ter independência, que hoje em dia nenhuma garota da sua idade dava satisfação aos pais, que ela não era mais a “menininha do papai”, mas, aos 19 já era uma mulher decidida, que merecia esse voto de confiança.
Bom, todo aquele blá,blá,blá, e o sobrado apareceu em um negócio, por quê não matar dois coelhos com uma cajadada só?
Se perdia o valor de um aluguel naquela região cara da cidade, mas, enfim, contentava-se a gregos e troianos.
Além do mais, não se perdia o controle totalmente, pois religiosamente aos domingos eles iam almoçar em sua casa.
Não iam muito cedo, ela dizia que sempre estudava até tarde aos sábados, que esse era o único dia que lhe sobrava, pois durante a semana trabalhava e tinha as aulas. Claro que não era bem assim, sábado era o dia em que ela aproveitava pra sair, mas tudo bem, ela fingia que eles acreditavam e eles fingiam que não sabiam.
E tudo estava bem assim, aos domingos, quando chegavam, lá pelas 8, ela sempre estava dormindo, as vezes havia alguma amiga por ali também, mas nada de namorados, nada de álcool, tudo tranqüilo.
Senhor X estacionou o carro na calçada em frente, havia poucos carros na rua, tudo tranqüilo. Desceram, passou pela traseira do carro, olhou o entorno e, parou, retornou o olhar, hum, aquele carro branco ali, o pára-choque arranhado no lado direito, meio sujo... Não, é igual a tantos outros.  Vamos lá.
Senhora X abriu a porta, como sempre, foi até a cozinha deixar as sacolas e ele foi para a sala, hum, havia uma blusa sobre o sofá, atirada a um canto.
“-Ela esqueceu...”, pensou, mas, ao pegar o agasalho, notou que era masculino e não o contrário.
Tudo bem, tudo bem, nada demais.
Seguiu sua inspeção e, agora sim, opa, alerta, a peça de roupa parecia um vestido que a filha costumava usar para sair. Jogado também a um canto este sim causava preocupação. Recolheu a peça e seguiu.
O banheiro ainda molhado denunciava o banho recém tomado, o vapor denunciava as pegadas de quem passara por ali.
E haviam três pés.
Dois menores, femininos, e um maior, um pé direito, masculino. Ao lado duas marcas estranhas, pequenos círculos concêntricos...
Seguiu caminhando em direção ao quarto dela, espiou através da fresta e dois corpos eram denunciados pelo formato das cobertas.
Abriu a porta e entrou, ao chegar próximo á cama, viu algo que não pôde acreditar, as duas muletas ao lado da cama, junto ao All Star velho.
Não agüentou e gritou, horrorizado:

“- NÃO, O SEM PERNA NÃÃÃOOOOOOOOOOOOOO...”

sábado, 11 de junho de 2011

E no rádio tocou uma canção...

O dia está lindo, mas não estou com vontade de ver o sol. Ainda consigo setir o gosto daquele maldito café com vodka na boca e meu corpo ainda se ressente do esforço da noite anterior.
Não bebi muito, mas aquele café ainda vai me deixar sem dormir por mais algumas horas e então, fico lembrando de velha histórias e de uma conversa que tive ontem, com uma pessoa que gosto muito e que, pra variar... Bom, melhor que seja assim. Melhor continuar como o cara gente fina que andava com o irmão dela do que como um cara que só a fez infeliz.
Foi algo assim que ela me disse ontem? Acho que sim. Tanto eu quanto ela somos surdos do ouvido esquerdo, não sei se entendemos direito o que cada um disse.
Pra fechar com chave de ouro, esse horrível dia ensolarado, no rádio tocou essa canção:

Preciso dizer que te amo
Leo Jaime

Quando a gente conversa
Contando casos, besteiras
Tanta coisa em comum
Deixando escapar segredos
E eu não sei em que hora dizer
Me dá um medo
Eu preciso dizer que te amo
Te ganhar ou perder sem engano
Eu preciso dizer que te amo

E até o tempo passa arrastado
Só pra eu ficar ao teu lado
Você me chora dores de outro amor
Se abre e acaba comigo
Nessa novela eu não quero ser
O teu amigo
É que eu preciso dizer que te amo
Te ganhar ou perder sem engano
Eu preciso dizer que te amo
Tanto

E até o tempo passa arrastado
Só pra eu ficar ao teu lado
Você me chora dores de outro amor
Se abre e acaba comigo
Nessa novela eu não quero ser
O teu amigo
(Que amigo)
Eu preciso dizer que te amo
Te ganhar ou perder sem engano
Eu preciso dizer que te amo
Tanto,
Tanto

Eu preciso dizer que te amo
Te ganhar ou perder
Eu preciso dizer...
Sem engano
É que eu preciso dizer que te amo
Te ganhar ou perder sem engano
Eu preciso dizer que te amo
Tanto,
Tanto,
Tanto.

Tanto.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Histórias reais, seres imaginários...

Ela tinha 24 anos, bonita, inteligente, recém formada em letras (ela podia ser formada em qualquer outra coisa...). Conheceu ele num chat, desses de bate papo. Ela estava meio triste por quê aquele seu noivo, o jogador de handebol, que ela namorava desde os 15 e que fazia medicina (ou coisa parecida...), havia encontrado o amor da sua vida e terminado tudo. Pouco importava se a família dele era contra, ou a diferença de idade, ele decidiu que ia embora com  Paulão (personal da academia...) e estava acabado. A porta do armário nunca mais ia fechar e ele ia ser feliz. Ponto final.
O cara do chat era mais velho, 35, advogado (ou qualquer coisa assim...). Gostara dele, ele falou a verdade desde o início, que estava triste por causa do casamento que estava terminando, que a mulher, psicótica (uma bela psicóloga, ex jogadora de vôlei, 32 anos...) dependia cada vez mais dos medicamentos e a relação já não era mais como antigamente.
Se encontraram naquele barzinho maneiro, onde é difícil encontrar mesas e sentaram num lugar mais reservado, ele disse nunca ter ido ali, mas o lugar era tão bom que o garçom o tratava com tanta simpatia, como se fossem íntimos (ele ia naquele bar duas vezes por semana, mas tudo bem, ela não precisava saber...).
Ele tinha alguns poucos cabelos brancos e o corte de cabelo curto o deixava com um ar sério.
Falaram de assuntos diversos, a comida fantástica e aquele vinho branco, bom, aquele vinho era divino, riram um pouco e ele começou a pedir sobre sua vida, seu noivo. Ele começou a falar sobre seu casamento, fracassado, sobre como o trabalho o tirava de casa durante algumas noites, de como as poucos sua mulher ia se tornando frágil, sem querer trabalhar, sem querer fazer nada (na verdade ela jogava tênis ás terças, na quarta natação, caminhava seis quilômetros todos os dias, apenas mais um detalhe sem importância...).
Ela olhou nos olhos dele e ele pareceu tão triste, não conseguiu sustentar seu olhar. Ela pegou sua mão, e ficaram assim um instante, de mãos dadas sobre a mesa, ele acariciando seus dedos e os olhos buscando um entendimento.
Saíram do bar e enquanto o manobrista buscava o carro, ele, furtivo, se aproximou e o beijo rolou, rolou naturalmente, ele pediu desculpas, envergonhado, se afastou. Ela o puxou para si e o beijou de novo, agora com mais vontade, agora um beijo mesmo, de cinema.
O carro chegou, era uma BMW branca, grande, parecia potente (era uma porcaria de uma 318, 92, sedã, com GNV...) e combinava com ele. Não podiam ir para seu apartamento e muito menos para a casa dele, acabaram naquele motel caro, próximo ao centro e...
Aos poucos ele foi tirando sua roupa e a amou, amou como ela nunca tinha sido amada antes, amou muito melhor que seu ex namorado, explorou cada curva, cada espaço, cada segredo de seu corpo, a fez se esntir mulher, como á muito não se sentia.
Isso foi a cinco anos e, olhando a foto dele na cabeceira da cama, conseguia lembrar de cada detalhe daquela tarde e ainda o amava, sabia que ele não podia deixar os filhos com aquela mulher perversa que agora passava dias internada (sim, naquele simpósio sobre psicologia em Londres, durante duas semanas, pra onde levou também Jéssica e Pedro, seu amados filhos...) em hospitais e ele sempre atolado em trabalho, mas preocupado com ela (bom, ultimamente ele estava, bem, digamos, "atolado", naquela estagiária gata, de 19...) e sempre que ele podia saíam juntos.
Agora ele vinha á seu apartamento e os encontros tinham de ser mais discretos, pois agora ele tinha conseguido fama (defendendo aquele traficante de 18 anos, que saiu no Datena...) e estava preocupado com a imagem. Ela entendia e se sentia culpada quando desconfiava dele quando ele dizia que não poderia ser dessa vez que ia se separar, que não podia deixar a mulher assim, doente. E seus filhos? O que seria deles?
Eram adolescentes, 10 e 12 anos, estavam numa fase difícil, não iam aceitar a separação, não com a mãe naquele estado.
E ela segurava o anel que ele lhe dera, no dia dos namorados, ano passado, junto com as rosas ( o mesmo anel que a secretária tinha jogado na sua cara alguns anos antes, quando cansou de ser trouxa...), junto com aquele cartãozinho onde dizia que a amava.
Será que um dia poderiam viver esse amor?


Bolei essa história agora, depois de um causo que contei hoje á tarde, sobre uma bela morena, muito inteligente, que está caindo nessa mesma conversa mole.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Sobre as Terras Devastadas...

Joguei mais dois pedaços de lenha na fogueira e novamente me arrastei para a boca do velho cano abandonado, esta noite esse será meu refúgio. O meu cobertor puído, retirado de um carro abandonado, espanta um pouco o frio, enquanto meus cachorros, aninhados um ao outro tentam somar seu calor.
É o começo da estação de frio nas terras devastadas, agora os dias são mais curtos e as noites de um frio cortante.
O vento, carregado de sujeira, nos atinge o rosto como se pequenas agulhas ferissem nossa pele. A neve não nos pertence mais, a destruição levou os dias de neve embora, mas o vento ficou, e, em agum extremo oposto á realidade árida onde estou, um imenso inferno congelado sobrevive, commutações dos poucos sobreviventes, que nada lembram os animas que ainda vivem nas minhas memórias.
Acendo um cigarro, a fumaça quente percorre minha garganta e me traz uma breve sensação de calor, uma breve sensação de bem estar, a fumaça que inalo leva minha mente para longe...
Ah, os odores, o cheiro de café recém passado nas manhãs frias e da gama molhada após as chuvas.
Qual era seu perfume mesmo?
O tempo levou a marca do perfume embora, mas não levou as marcas da alma.
Você me pediu um tempo, pra si, hoje vejo que você ganhou todo o tempo que precisava, todo o tempo do mundo...

Histórias reais, seres imaginários...

A conheci meio assim, meio sem querer,
e agora estou gostando dela.
Tenho seu telefone,
sei muito á seu respeito,
sei que ela não me quer.
Ela está a fim de um cara,
que não a quer também.
Ela me perguntou por quê tudo tem de ser assim.
Disse a ela que amor é só um velho jogo.
Um velho jogo quebrado...

Love Is Just a Game
The Magic Numbers

Oh, maybe I think maybe I don't
Maybe I will maybe I won't
Find my way this time
I hear you're calling me soon
One of these days
Some of these days, and somebody pays
It happens all the time
I'll be leaving, believing you wanted me to

And maybe I'm a fool for walking in line
And maybe I should try to lead this time
I'm an honest mistake that you made
Did you mean to?
Did you mean?
Oh, did you mean?

Love is just a game
Broken all the same
And I will get over you
Love is just a lie
Happens all the time
Swear I know this much is true

Oh, and they coloured you up
They coloured you down, they coloured you in
And I've been waiting so long
To take you home

And maybe I think, maybe I don't
Maybe I will, maybe I won't
Find my way tonight
But I hear you're calling me soon

And maybe I'm a fool for walking in line
And maybe I should try to lead this time
I'm an honest mistake that you made
Did you mean to?
Did you mean?
Oh, did you mean?

Love is just a game
Broken all the same
And I will get over you
Love is just a lie
Happens all the time
Swear I know this much is true

And maybe I'm a fool for walking in line
And maybe I should try to lead this time
I'm an honest mistake that you made
Did you mean to?
Did you mean?
Oh, did you mean?

Love is just a game
Broken all the same
And I will get over you
Love is just a lie
Happens all the time
Swear I know this much is true

domingo, 5 de junho de 2011

Histórias reais, seres imaginários...

"Se você pudesse me descrever em apenas uma palavra, qual seria?"
"Hum, pergunta difícil essa, deixa eu pensar...
Poderia usar amor, mas amor é sentimento,
pode descrever o que sinto, mas não o que você é...
Poderia dizer princesa,
mas é assim que me dirijo a você sempre que falamos.
Hum...
Rosa (a flor e não a cor)."
"Hum, porquê?"
"Por quê uma rosa vem ao mundo pra tornar ele mas belo,
pra trazer sorrisos as rostos das pessoas,
por quê uma rosa só se abre em condições muito especiais,
da mesma forma que você só vai se abrir por inteiro quando estiver com alguém especial.
Como uma rosa você deve ser tocada com todo o carinho,
apreciada em sua cor e seu perfume.
E como uma rosa, você também tem espinhos,
não pra ferir as pessoas, mas, pra se proteger de quem quer te fazer mal..."

Essa conversa aconteceu a tempos atrás, em uma galáxia muito e muito distante,
não foi exatamente assim, não em com todas as palavras, não lembro de tudo,
apenas mais uma memória sobre coisas que chegam ao fim...