quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Quando os balões encherem os céus...

99 Luft Baloons
Nina Hagen

Hast du etwas Zeit für mich
Dann singe ich ein Lied für dich.
Von 99 Luftballons
Auf ihrem Weg zum Horizont.
Denkst du vielleicht grad' an mich
Dann singe ich ein Lied für dich.
Von 99 Luftballons
Und dass sowas von sowas kommt.

99 Luftballons
Auf ihrem Weg zum Horizont.
Hielt man für ufos aus dem all
Darum schickte ein General.
Eine Fliegerstaffel hinterher
Alarm zu geben, wenn es so war.
Dabei war da am Horizont
Nur 99 Luftballons.

99 Düsenjäger
Jeder war ein grosser Krieger.
Hielten sich für Captain kirk
Das gab ein grosses Feuerwerk.
Die nachbarn haben nichts gerafft
Und fühlten sich gleich angemacht.
Dabei schoss man am Horizont
Auf 99 Luftballons.

99 Kriegsminister
Streichholz und benzinkanister.
Hielten sich für schlaue leute
Witterten schon fette beute.
Riefen: krieg und wollten macht
Mann, wer hätte das gedacht.
Dass es einmal soweit kommt
Wegen 99 Luftballons.

99 Jahre Krieg
Liessen keinen Platz für Sieger.
Kriegsminister gibt es nicht mehr
Und auch keine Düsenflieger.
Heute ziehe ich meine runden
Sehe die Welt in trümmern liegen.
Habe nen Luftballon gefunden
Denke an dich und lass ihn fliegen.

E não seria incrível ter o céu apenas pra olhar e imaginar todos os mistérios que existem além do horizonte?
As vezes me pergunto de que adianta toda essa informação e toda essa velocidade se cada vez nos tornamos menos sábios.
Muitas palavras mas pouco conteúdo.
Será que um dia a lua e as estrelas do céu voltarão a ser apenas dos apaixonados?
Ilustres desconhecidos que nos fascinam e nos enfeitiçam?
As vezes gostaria de acreditar que as núvens são feitas de algodão...

Corrida contra o destino.


“Lá vai Kowalski, o último herói americano..."

Super Soul grita em seu microfone, em algum lugar perdido no interior dos Estados Unidos. O final da história vai se desencadear na frente de sua rádio, mas ele não a verá, negro e cego, Super Soul (Cleavon Little)é quase a síntese do que é mais odiado na américa dos anos 60 e 70.
Super Soul se torna um profeta, o profeta de um juízo final que cruza o deserto americano a mais de 200km/h, ao volante de um Dodge Challenger.
Kowalski (Barry Newman) é ex-piloto, ex- policial, demitido por denunciar um colega e um veterano do Vietnã, ele é a síntese do que está no segundo lugar na lista do ódio.
É uma época maluca, 1971, os negros ainda sofrendo muito com o preconceito, jovens morrendo numa guerra sem sentido, o soul tomando conta do rádio, tirando aos poucos o lugar do blues, hippies, alucinógenos...
O efeito colateral do "American Dream Life" começa a dar as caras, revolta, insatisfação, indignação.
E Kowalski acelera, e a polícia tenta alcançá-lo. Kowalski não tem mais nada a perder, curte o barato de sua corrida sem sentido numa vida que não tem mais valor.
Kowalski é entregador de carros, contratado para atravessar o país dirigindo. O Challenger é sua próxima missão e, enquanto compra "speed", aposta que completará sua entrega em apenas um dia e aí começa um dos filmes de perseguição mais incríveis de todos os tempos.
São horas só de deserto e acelerador, o ator principal é o Challenger branco e ele cumpre bem seu papel, o resto são histórias que se desenrolam ao fundo, mas que não deixam de ser importantes.
"Vanishing Point" é clássico, quase um documentário sobre a cultura anos 70 e também um clássico para os entusiastas dos muscle cars. Teve um remake, em 97, com Viggo Mortensen como Kowalski, mas tirando o duelo entre o Challenger branco e o Charger preto, o resto do filme não representa nada.

Ainda sobre o filme:

Trailer:

Tenho medo de um dia acabar como Kowalski e, ainda assim, gostaria de ter a coragem dele...

Sem mais.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

E essa é pra você...

I Drove All Night
Roy Orbison

I had to escape, the city was stinking and cruel
Maybe I should have called you first, but I was dying to get to
you
I was dreaming while I drove the long straight road ahead
Uh-huh, yeah
Could taste your sweet kisses, your arms open wide
This fever for you was just burning me up inside

I drove all night to get to you
Is that all right?
I drove all night, crept in your room
Woke you from your sleep
To make love to you
Is that all right?
I drove all night

What in this world keeps us from falling apart?
No matter where I go I hear the beating of our one heart
I think about you when the night is cold and dark
Uh-huh, yeah
No one can move me the way that you do
Nothing erases this feeling between me and you

I drove all night to get to you
Is that all right?
I drove all night, crept in your room
Woke you from your sleep
To make love to you
Is that all right?
I drove all night

To taste your sweet kisses, your arms open wide
This fever for you is just burning me up inside

I drove all night to get to you
Is that all right?
I drove all night, crept in your room
Is that all right?
I drove all night

E no rádio rolou uma canção...

Você já perdeu o controle por gostar demais de alguém?
Ou se sente péssimo por ver a pessoa que você quer com outro?
Essa é pra você:

It Started With A Kiss
Hot Chocolate

It started with a kiss
In the back row of the classroom
How could I resist
The aroma of your perfume
You and I were inseparable
It was love at first sight
You made me promise to marry you
I made you promise to be my bride
But then you were only eight years old
I had just about turned nine
I thought that life was always good
I thought you always would be mine

It started with a kiss
I never thought it would come to this
It started with a kiss
I never thought it would come to this

I remember every little thing
Like fighting in the playground
Some good looking boys
Had started to hang around
That boy hurted me so bad
But I was happy 'cause you cried still
I couldn't help but noticed
That new distant look in your eyes
But then when you were sixteen
I had just turned seventeen
I couldn't hold on to your love
I couldn't hold on to my dream

It started with a kiss
I never thought it would come to this
It started with a kiss
I never thought it would come to this

You don't remember me do you?
You don't remember me do you?

Walking down the streets again
The star of my love story
And my heart began to beat so fast
So clear was my memory
I heard my voice call out your name
As she looked and looked away
I felt so hurt, I felt so small
And it was all that I could say

You don't remember me do you?
You don't remember me do you?

It started with a kiss, I never thought it would come to this
It started with a kiss, I never thought it would come to this

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Um dia, numa rua qualquer...

Again
Lenny Kravitz

I've been searching for you
I heard a cry within my soul
I've never had a yearning quite like this before
Now here you are walking right through my door

All of my life
Where have you been
I wonder if I'll ever see you again
And if that day comes
I know we could win
I wonder if I'll ever see you again

A sacred gift of heaven
For better, worse, wherever
And I would never let somebody break you down
Or take your crown never

All my life
Where have you been
I wonder if I'll ever see you again
And if that day comes
I know we could win
I wonder if I'll ever see you again

I've searched through time, I've always known
That you were there upon your throne
A lonely queen without her king
I've longed for you, my love forever

All of my life
Where have you been
I wonder if I' ll ever see you again
And if that day comes
I know we could win
I wonder if I' ll ever see you again

All of my life...

All of my life where have you been

I wonder if I'll ever see you again
I wonder if I'll ever see you again
I wonder if I'll ever see you again

I wonder if I'll ever see you again
I wonder if I'll ever see you again
I wonder if I'll ever see you again
I wonder if I'll ever see you again

Considerações sobre meu breve exílio:

Espero pelo meu vôo dando um tempo no hotel, a tarde chuvosa e triste, me faz lembrar de casa, está frio, mas não é o mesmo frio de casa. É um frio sem graça, triste.
Que saudades das manhãs de neblina e de abrir a janela e ver a grama coberta de gelo.
De tomar chimarrão no final da tarde, vendo o pôr do sol.
Ou de sentir o vento no rosto no alto do Ninho, ou ouvir os sabiás cantando em volta da minha casa.
Tenho saudade de não me sentir estranho, das pessoas dizendo: "Bom dia".
Das noites de sono sem tantas sirenes. De falar com, as pessoas na parada de ônibus, ou de agradecer ao comprar o pão na padaria.
Saudades de ver as pessoas sorrindo e de um pouco de calor humano, coisas que não encontrei nas pessoas daqui.
Vou deixar pra trás alguns novos grandes amigos que fiz durante minhas andanças.
Alguns deles voltam comigo, cada um a seu jeito, para seus lares na pátria do Sul.
Ah, há alguém que me espera de braços abertos quando eu chegar, meu cachorro que vai me latir sorrindo e a velha pilha de carnês em atraso.
Amanhã, quando conseguir sair da cama, e sentir todos os cheiros e ouvir todos os sons de sempre, vou me sentir novamente em casa e inteiro outra vez...

Está quase na hora.

Rio Grande, aí vou eu...

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Liberdade

“Ninguém é mais escravo do que aquele que se considera livre sem o ser.”
Johann Wolfgang von Goethe


Hoje falava com um amigo sobre liberdade, sobre ir e vir, e agora tava pensando que a liberdade exige muitas responsabilidades e, que, talvez, pra ser livre estamos de estar sempre meio presos a algumas coisas.
Estranho isso, mas vou falar um pouco do passado e, talvez as coisas se expliquem, ou não.
Houve uma época em que eu e um camarada íamos a festivais, onde pagávamos 3 pilas a entrada e nosso braço era carimbado, pra poder entrar e sair a qualquer hora. Nessa época, éramos os únicos otários que não eram livres. Nossos "amigos" punks eram livres, podiam fazer o que bem entendessem, iam e vinham,  e, porra, por quê não ser assim?
Nada de empregos, chefes, só álcool, mulheres e música.
Mas aí a liberdade acabava quando os caras tinham de pedir um ou dois reais pra poder entrar,ou tinham de pedir um ou dois reais pra poderem se manter "alto" por mais cinco minutos. E numa dessas, o cara mais livre de todos, puxa um celular e liga pra mãe pra que ela lhe leve dinheiro.
Foi o fim da era punk, foi o começo do fim dos festivais, foi o momento de abrir os olhos...
Me liguei que eu era livre, por quê era o babaca que tinha carro, o babaca que ia pra casa no final da noite, o babaca que ligava pra dar satisfação se não fosse voltar, era o cara da "liberdade vigiada".
E agora sou livre, vendo as coisas de um aspecto que soa capitalista e idiota, mas não é, sou livre. Por quê tenho escolhas, mesmo que dentro de um certo limite. Um mendigo tem escolhas, tem liberdade dentro dos limites que sua vida permite. As vezes eu invejo o mendigo, sei lá, talvez ele me inveje (provavelmente não) de vez em quando. Quem nunca quis estar no lugar de outra pessoa? Talvez só pra ver "qualé", só pra sentir o "barato".
Tenho a liberdade de fechar os olhos e me transportar pra qualquer lugar onde minha mente maluca quiser ir, tenho a liberdade de provar cada gosto novo que tive curiosidade de experimentar. Tenho liberdade pra viver minhas excentricidades, meu gosto pelas boas bebidas, pelos bons aromas, pelos bons temperos.
Livre pra me deixar cair na grama e olhar o céu, respirar fundo e sentir o ar encher o pulmão, sinto isso de maneira plena, sem nada pra amortecer meus sentidos, ou alterar minha consciência.
Sou livre pra me sentir artista, quando tiro das máquinas seu tom mais grave, quando abuso, uso, acerto, afino sua respiração como um maestro, que controla os sopros descontrolados e os torna uma sinfonia de instrumentos soprados 5, 7, 12 mil vezes por minuto.
E pra tudo isso, tenho que estar preso á realidade, aos compromissos, aos horários... as vezes acho que é um preço justo, que os benefícios valem mais que os sacrifícios.
Além disso, ainda me resta a liberdade de jogar tudo para o alto, chegar ao fundo do poço, ir lá, conhecer e voltar, pois aprendi enquanto estou preso, á realidade, que o esforço pra se manter em pé é que me traz as recompensas, as verdadeiras recompensas e que, pra voltar a ser livre, mesmo que meio preso, basta dar apenas um passo...
Agora, será que é possível ser livre no fundo do poço? Talvez. Mas acredite, já estive lá, e o limite para a liberdade, lá em baixo, é muito pequeno e não vale a pena.