domingo, 8 de maio de 2011

Sobre as Terras Devastadas...

Andando por entre escombros da terra abandonada e sem vida, entre os carros de rodas viradas para o alto e restos de móveis atirados pelo chão, em um lote agora abandonado, a terra rachada da falta de água e do ataque do sol, uma ossada se sobressaía, uma única mão em riste, fugindo a terra que a cobria.
Quando o desespero e o medo da morte se abateram sobre todos, o medo de uma contaminação pelas doenças surgidas enlouqueceu os homens, e ao fim, á menor suspeita de doença, pessoas eram enterradas vivas em covas abertas por máquinas, empurradas ás centenas pela população e soldados armados, condenados também, á espera de um fim mais á diante.
O inferno nuclear veio como uma onda, que devasta, deruba, tudo que vê pela frente, embora dessa vez o mar enfurecido tenha vindo ás escondidas, aos poucos, sorrateiramente, sob a forma de uma névoa letal que adoeceu as pessoas aos poucos, levando os fracos, enlouquecendo os sadios.
Ninguém os avisou em tempo, apenas no fim, meia dúzia dos que sobeviveriam resolveram dizer aerdade e daí, para esses, a danação já havia chegado. Caíram por terra, mortos e secos como a terra que recobriu seus corpos sem as devidas honras, pois já não havia mais quem fizesse os ritos.
Há os sobreviventes, sempre há. Diziam que as baratas resistiriam a uma ecatombe nuclear, mas desgraçadamente se errou o cálculo e alguns poucos sobreviveram, vivendo ás escuras, nos antigos guetos abandonados ou em áreas vazias.
Existem grupos, "sociedades", não como as sociedades de dinheiro e cocaína dos que se foram,,mas sociedades de sangue e honra, respeitando o que sobrou do instinto de sobrevivência. Muito do que se conta hojesão lendas sobre o povo que se foi, suas grandes obras, sua grandes virtudes e sua grande desgraça...
Continuo minhas andanças por este mundo de passado e tristeza, com minhas botas deixando marcas no pó das ruas e estradas, anotando mentalmente o que vejo, tentando entender por quê estou aqui...

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