quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Histórias das Terras Devastadas...

Estou sentado no alto do morro, vendo o que sobrou da antiga estrada asfaltada, lá em baixo,  meus dois cachorros, meus vira-latas de sangue nobre, brincam um com o outro. Tirando o barulho dos dois e som, aqui e ali, de alguma ave sobrevivente, o silêncio era total.
No cemitério, muitos túmulos desabaram, um que outro mausoléu, ou imagem maior, se mantém de pé, desafiando os anos. Este lugar me servirá de abrigo esta noite, a lenha para a fogueira já está empilhada a um canto, está seca e quebradiça, meio podre, vai se consumir rapidamente.
O fogo pode chamar a atenção para meu acampamento improvisado, mas é um risco a correr, ela afasta os animais, que, muitas vezes famintos, podem tentar um ataque.
Além do mais, não tenho visto muitas pessoas nas minhas andanças. Não tenho visto ninguém. Apenas sinais, restos de fogueiras, restos de comida, rastros. Quem quer que seja, está se mantendo longe, em segurança, ou apenas não nos encontramos.
O que sobrou do mundo não pode ser chamado de mundo pequeno, como se dizia antigamente, é um mundo vazio, onde o que sobrou se deteriora, pelo abandono, pelo desgaste, pela passagem do tempo.
Pelo menos não estou sozinho. Agradeço a Deus por existir mais alguém. Quem sabe minha andança por esses dias não tem algum significado?
Não significa que haverá um recomeço?

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