quarta-feira, 27 de julho de 2011

E no rádio tocou uma canção...

Homem não chora.
Frejat

Homem não chora
Nem por dor
Nem por amor
E antes que eu me esqueça
Nunca me passou pela cabeça
Lhe pedir perdão
E só porque eu estou aqui
Ajoelhado no chão
Com o coração na mão
Não quer dizer
Que tudo mudou
Que o tempo parou
Que você ganhou

Meu rosto vermelho e molhado
É só dos olhos pra fora
Todo mundo sabe
Que homem não chora
Esse meu rosto vermelho e molhado
É só dos olhos pra fora
Todo mundo sabe
Que homem não chora

Homem não chora
Nem por ter
Nem por perder
Lágrimas são água
Caem do meu queixo
E secam sem tocar o chão
E só porque você me viu
Cair em contradição
Dormindo em sua mão
Não vai fazer
A chuva passar
O mundo ficar
No mesmo lugar

Meu rosto vermelho e molhado...

terça-feira, 26 de julho de 2011

Um certo carro branco...

Chevrolets são carros estranhos, parecem meio indecisos, macios demais,
meio mancos, a alavanca de marchas fica meio bamba, as vezes parece que você engata as marchas numa espécie de esponja, sem aquela certeza seca de uma marcha engatada como num Fusca,  por exemplo, metal com metal, engrenagem com engrenagem.
Também não tem aquela decisão no volante como um Gol quadrado, ou GTS Pointer, nem a suspensão parece tão certinha. Parece macia demais, mas tem carros mais macios, e as vezes o carro parece duro demais.
E tem os barulhos inexplicáveis também, nos acabamentos e na carroceria, as vezes.
Mas eu tenho um Chevrolet.
Que eu lembre, não foi um Chevrolet o primeiro carro que eu dirigi de verdade, mas foram os que mais dirigi, acho que já dirigi todos eles, pelo menos os que foram feitos até 2004.
Este é o terceiro, e não vai ser o último.
É um rapaz de meia idade, está com seus 14 anos agora, conservado, e domingo
chegou a seus primeiros cem mil quilometros.
Nos conhecemos quando ele já tinha vivido pouco mais da metade
dessa quilometragem e tivemos de nos adaptar um ao outro.
Eu me acostumando a seus defeitos e ele aos meus.
E ambos aprendemos novos truques, e topamos com um novo desafio a cada
esquina e nos divertimos á beça com a cara de alguns moleques mais jovens.
Mas acho que de todos os Chevys que tive, esse têm sido o que tem me
acompanhado nos momentos mais importantes e têm sido testemunha do meu
choro ou o meio usado pra colocar minha raiva pra fora.
E as vezes têm visto coisas boas, me levado rápido a todo e qualquer lugar e,
numa noite dessas, no seu vidro embaçado, alguém desenhou um coração...
Meu velho Chevy será trocado em breve, outro Chevrolet tomará seu lugar,
tão branco e tão estranho quanto, e ele fará alegria de outra pessoa, talvez
pelos próximos cem mil quilometros, ou até que seja chegada a hora de seu
merecido descanso.
Então, meu velho amigo, queria dizer obrigado.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Diga-me coisas bonitas...

Dias de chuva me deixam pensativo, e, parece que não para de chover, por azar, nos dias em que me sinto mais sozinho. E as vezes dirijo por aí, pego a estrada e deixo o tempo passar, vou a tantos lugares e, ao mesmo tempo, á lugar nenhum, desafio as curvas e corto as retas, com pressa em chegar e com pressa em voltar, mas, na ida ou na volta, não tem ninguém me esperando...

Diga-me coisas bonitas
Roberto Carlos

Venho cansado da estrada
Trago no peito sofrido
Um coração machucado
E tantos sonhos perdidos
Te encontro no meu caminho
Como quem acha uma flor
Te dou sorrisos escassos, te falo de abraços
Preciso de amor

Diga-me coisas bonitas
Faça-me crer que na vida
Ainda existe um amor escondido no peito
De alguém que me ama

Diga-me coisas bonitas
Que há muito tempo eu desejo
Ouvir da boca que eu beijo
Palavras de amor cada vez que me chama

Diga-me coisas bonitas
Traga meus sonhos de volta
Me abraça e nunca me solta
E diga que eu fique pra sempre contigo

Diga-me coisas bonitas
Porque meu peito reclama
Mas só me diga a verdade
É cedo demais pra dizer que me ama

Diga-me coisas bonitas
Traga meus sonhos de volta
Me abraça e nunca me solta
E diga que eu fique pra sempre contigo

Diga-me coisas bonitas
Porque meu peito reclama
Mas só me diga a verdade
É cedo demais pra dizer que me ama

quarta-feira, 6 de julho de 2011

E no rádio tocou uma canção...

Último Beijo
Nenhum de Nós

Apague a luz, tente dormir
Você está sozinho, em casa
Mas não há o que temer
Você deixou só um recado
E se foi assim, sem mais
E eu fiquei aqui, para trás, para trás

Aquele último beijo, tinha mesmo um Gosto estranho
Aquele último beijo, um sabor de despedida
Você queria deixar, tudo sempre igual
Sempre igual, sempre igual
Eu não conseguia deixar tudo sempre igual
Sempre igual, sempre igual

Não posso estar, em todos os lugares
Nem viver todas as vidas, em saber todas as respostas
Que você pediu para dar, para dar

Aquele último beijo, tinha mesmo um Gosto estranho
Aquele último beijo, um sabor de despedida
Você queria deixar, tudo sempre igual
Sempre igual, sempre igual
Eu não conseguia deixar tudo sempre igual
Sempre igual, sempre igual

Acho que todas as vidas do mundo poderiam ser traduzicdas nas músicas do
Nenhum de Nós, tá, teria de juntar as do Kid Abelha também, mas essa, em
especial, têm tocado bastante e sempre me põe pra pensar...

Lembrar...

Lembrar:
v.t. Trazer à memória, recordar: lembrei o dia de meus anos.
Sugerir, advertir: lembrei-lhe os compromissos.
Aproximar por analogia, parecer: seus olhos lembram esmeraldas.
Vir à lembrança: lembrei-me de vestir a túnica.
V.pr. Recordar-se, ter lembrança.

Lembrar, sentir saudades?
Lembrar, tentar esquecer?
Lembrar, coisas boas e ruins?
Lembrar, amor e ódio?

Essa semana me deparei com a sala vazia,
os computadores com seus leds brilhando e
barulho das sirenes das empilhadeiras circulando
em frente á porta.
O mesmo programa no rádio.
As mesmas músicas e a mesma sensação.
E, numa certa altura.
Não havia para quem telefonar.
E o telefone também não tocou, como costumava fazer.
E é estranho como a ficha cai as vezes e nos sentimos
tão vazios. Tão sem motivos pra tudo.
A casa vai estar vazia quando eu chegar.
Meus cachorros estarão esperando.
A mesma pilha de louça e a cama desarrumada.
A TV que não assisto.
E as luzes apagadas.
Ai,ai. Complicado.
Lembranças, lembranças.
As vezes é ruim pensar no que foi dito com o coração ferido.
Certas coisas nunca deveriam ser ditas.
E eu vivo de passado. E lembro das coisas ruins.
Gosto de viver de passado.
Tento lembrar das coisas boas de vez em quando.
E seguir em frente, sozinho.
Não importa quantas pessoas passaram ou passarão pela
minha vida.
O que realmente importa são as marcas que cada uma vai
deixar.
Só peço que as marcas que ficarem na próxima vez, sejam tão
profundas e importantes quanto a da última pessoa
que passou por aqui...

sábado, 2 de julho de 2011

A onda...

A estrada está me chamando, sinto o seu chamado numa voz muito baixa.
Ela diz:
" Acelera cara, vamos lá, vamos ser só você e eu, vá mais longe, joque suas coisas na mala do carro e acelere.
Eu não vou te deixar sozinho, segura minha mão e vem..."
E o dia está tão horrível, tão frio.
A cama me segurou de novo essa manhã. Ou será que sou eu?
Será que ando com medo?
Ou você muda ou a vida muda você.
É o que acontece, já vi esse filme antes e não gostei do final.
E hoje acordei pensando que ia mudar, mas estou fazendo a mesma coisa.
Sempre igual.
Mas a vida está agindo.
Ela é como um Tsunami.
De repente o mar tranquiliza, estabiliza.
O nível da água baixa um pouco, o mar recua lentamente e você nem nota.
E aonda gigante, quando vem, destrói tudo.
Acaba com tudo o que consegue tocar.
Mas não vou correr pras montanhas.
Muito menos ficar sentado esperando que ela me atinja.
Dessa vez vou ao seu encontro.
Sei que não vou vencê-la, sei que ela atingirá minha vida e a fará mudar.
Mas, quero colocar medo nela dessa vez, mesmo que por um mínimo instante.