terça-feira, 31 de maio de 2011

E no rádio tocou uma canção...

Acabei de falar com uma amiga que as vezes toca uma música que fecha perfeitamente com o momento que estamos vivendo, agora, Nila Branco? NILA BRANCO? Essa aí é tão exótica e tão desconhecida e, veio num momento tão brabo que não tem como não ouvir de novo.

Essa noite eu quero ir mais além...
Nila Branco

Já tô cheia de problemas
E você mandando assim
De repente esquece quem sou eu
Vê se enxerga que talvez
Eu saiba o que é melhor prá mim
Meu coração não morreu...

Pode crer!
Pode crer que quem sonhar um dia o sonho vem
Ah! eu não desisto dessa idéia de poder comemorar
Você vai ver, que tudo vai mudar...

Essa noite eu quero ir mais além
Eu não devo nada prá ninguém
Vamos dar um tempo prá nós dois
Que a saudade vem melhor depois..

Olhe bem para os meus olhos
Tente ver o brilho que eles tem
Eles vão mostrar o meu amor
Você sabe que eu sou uma mulher
Minha parte eu faço bem
Meu coração não mudou, mudou não...

Amanhã quem sabe até te pago um cinema
Mas é que hoje eu já chamei
Minhas amigas prá sair
E se eu puder
Eu vou me divertir...

Essa noite eu quero ir mais além
Eu não devo nada prá ninguém
Vamos dar um tempo prá nós dois
Que a saudade vem melhor depois..

Pode crer!
Pode crer que quem sonhar um dia o sonho vem
Ah! eu não desisto dessa idéia de poder comemorar
Você vai ver, que tudo vai mudar...

Olhe bem para os meus olhos
Tente ver o brilho que eles tem
Eles vão mostrar o meu amor
Você sabe que eu sou uma mulher
Minha parte eu faço bem
Meu coração não mudou, mudou não...

Amanhã quem sabe até te pago um cinema
Mas é que hoje eu já chamei
Minhas amigas prá sair
E se eu puder
Eu vou me divertir...

Esta noite eu quero ir mais além
Eu não devo nada prá ninguém
Vamos dar um tempo prá nós dois
Que a saudade vem melhor depois...

Bom, as vezes a raiva nos faz ver apenas o que queremos, olhamos para aquilo que está perfeitamente á nossa frente e apenas nos confirma a verdade em que queremos acreditar, e não nos deixa ver o parágrafo que está logo abaixo no texto, explicando toda a situação.
Meu, to triste com isso e de saco cheio...

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Em 1997...

Hoje vi caras sendo colocados contra a parede, guris, enfim, chamados á responsabilidade, e, quando cheguei em casa fui pegar as velhas fotos e lembrar um pouco de como eu era na idade deles. Que droga, as histórias velhas bateram na porta e resolveram entrar sem dar muita satisfação, sentaram no sofá, ligaram a tv e parecem decididas a me incomodar por vários dias.
E hoje ainda é segunda feira.
Em 1997 minha sala era a primeira em frente a biblioteca, não lembro o número da turma, terminava em "1" como todas as outras. Meu amigos ficavam na terceira sala, 221 e 223? Não lembro, enfim, lembro dela e lembro que era da terceira sala.
Ela não era bonita, não como as garotas á sua volta, ia para a aula com um jeans surrado e um moletom vermelho, usava um tênis velho, e as roupas folgadas não deixavam ter muita noção do seu corpo.
Tinha um amigo meu que era apaixonado por ela, um dia, meio bêbado, me enchi de coragem e fui tentar fazer o lado pra ele, meu Deus, como éramos primários, mas naquela época nem celular tínhamos e nossos trabalhos eram feitos na Biblioteca Pública, xerocados e entregues á mão.
Foi algo estranho, ela tinha olhos grandes por trás daqueles óculos que usava, olhos negros e um sorriso bonito, a despeito dos dentes que não eram perfeitamente alinhados, acho que esse era o grande charme.
Que merda, estava apaixonado.
Aos poucos fomos nos tornando amigos, lá pelas tantas eu ía na casa dela e andávamos juntos por aí. Ela falava inglês perfeitamente e traduzia umas músicas que eu gostava, gostávamos da Natalie Imbruglia e da Jewel, acho que só tem duas pessoas no mundo que gostam delas.
Caramba, ainda tenho essas traduções atiradas em algum canto, com a letra separada, bonita, e sempre com um desenho no canto da página.
E o encarte do cd da Jewel ainda tem a marca do batom dela.
Tempos depois ela me disse não, não lembro muio bem como aconteceu, sim, lembro, parei meu fusca na frente da casa dela, descemos, acho que estava abraçado nela e disse que para aquele dia ficar perfeito, só faltava um beijo.
Dias depois ela estava com um dos meus amigos, e depois ficou com outro, e o tempo passou. Eu fiquei para trás, toda aquela festa cobrou seu preço e, no ano seguinte, na formatura, não lembro como ela estava vestida, minha irmã e minha namorada se formaram naquele dia e vi ela, mas acho que não conversamos.
E nos anos seguintes nos vimos de vez em quando, em ocasiões esporádicas, nos encotramos na rua, em algumas festas, na UCS.
Numa certa época eu estava sozinho e tentei o velho telefone. Ela já tinha celular, eu ainda ia levar uns anos pra ter o meu, sentamos na grama em frente ao Centro de Convivência e ali falamos por horas.
E ela me disse não e, dessa vez, especificou muito bem o motivo.
Anos atrás, não lembro a quantos anos, vi uma moça repondo as mercadorias nas prateleiras de um mercado, ela usava uma blusa vermelha, como todas as outras, um jeans surrado e um tênis velho.
Na hora que vi ela me enchi de recordações e por uma brincadeira da vida, coisa de que não tem sorte, semana passada ela também me disse não...

domingo, 29 de maio de 2011

E no rádio tocou uma canção...

Acho que essa música é da novela Pedra Sobre Pedra, tudo bem, ninguém lembra, é de outros tempos, mas era tema de um casal, ela ia casar com o cigano Ígor e ele era um piá qualquer da região. Não lembro quem era a atriz, uma morena jovem, muito bonita, e eles se encontravam todas as noites na mata em volta da cidadezinha, sempre aquela paisagem com a lua no fundo, iluminando casal que se amava no feno de uma carroça abandonada.
Lembro que na escola tinha um babaca que parecia o tal cigano e todas as gurias eram apaixonadas por ele, mas ele era tão idiota quanto o personagem interpretado pelo Ricardo Machi ( que ficou famoso por casar com a Elle Roche, a única coisa que ele fez que prestasse até hoje...).
Até a irmã do jamanta era apaixonada por ele (Jamanta não morreeeu, Jamanta não morrreeeeu, uhauhauha), acho que o nome dela era Lenecir e era a guria mais linda da escola, na época.
Mas, a música fecha perfeitamente com o final de semana...

Brincar de ser feliz
Chitãozinho e Chororó

Tranquei a porta do meu peito
Depois joguei a chave fora
E bem depressa eu mandei
A solidão embora...

E nem dei o primeiro passo
Já dei de cara com você
Me olhando com aquele jeito
Que só você tem
Quando quer me vencer...

Dona das minhas vontades
Com a chave da paixão
Tranqüilamente vai e volta
Entra e abre a porta
Do meu coração...

Já sabe do meu ponto fraco
Das minhas mãnhas e desejos
Desliza sobre a minha pele
Põe na minha boca
O mel dos seus beijos...

Como é que eu posso
Me livrar das garras
Desse amor gostoso
O jeito é relaxar
E começar
Tudo de novo
Como é que eu posso
Não querer
Se na verdade
Eu quero: bis
Rolar com você
Nem que seja
Prá brincar
De ser feliz...

Dona das minhas vontades
Com a chave da paixão
Tranqüilamente vai e volta
Entra e abre a porta
Do meu coração...

Já sabe do meu ponto fraco
Das minhas mãnhas e desejos
Desliza sobre a minha pele
Põe na minha boca
O mel dos seus beijos...

Como é que eu posso
Me livrar das garras
Desse amor gostoso
O jeito é relaxar
E começar
Tudo de novo
Como é que eu posso
Não querer
Se na verdade
Eu quero: bis
Rolar com você
Nem que seja
Prá brincar
De ser feliz...

Rolar com você
Nem que seja
Prá brincar
De ser feliz...

O que procuro...

Estava procurando alguém que meu olho brilhasse toda vez que eu a visse e que o olho dela fizesse o mesmo
que eu fosse na casa dela de vez em quando
que o pai dela não fosse muito com a minha lata
mas que gostasse de ver a filha feliz
que viesse aqui nas noites de sábado
ou dormisse aqui depois de a gente sair
que eu pudesse mandar flores de vez em quando
que me fizesse querer andar devagar quando estou com ela no carro
pra deixar o tempo passar
que andasse pela casa de calcinha usando uma de minhas camisas velhas
no domingo de manhã
e ficasse com o pé pequeno na minha havaianas 42
que me ligasse chorando quando precisa de mim
e que me deixe descansar a cabeça no seu colo
que eu a apresentasse a meus amigos
e dissesse quando ela vai ao banheiro:
"Nossa velho, é ela..."
que me deixasse pagar a conta do jantar de vez em quando
e que na manhã seguinte
eu ainda tivesse as marcas dos arranhões e mordidas
que não senti na noite anterior
que me fizesse sentir sua falta
e me fizesse ficar triste por estar longe
que fosse tão maluca quanto eu
e que fosse tão inteligente quanto...
Talvez já tenha encontrado alguém assim,
só que talvez eu tenha deixado escapar.


Essa semana tive uma conversa um tanto estranha e lembrei disso:
http://meianove-69.blogspot.com/2011/04/estava-andando-por-uma-rua-deserta.html

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Dias de chuva me deixam pensativo...

Já devo ter contado essa história mil vezes, sobre a cigana que queria ler minha sorte, lembrei do dia, foi no dia 31 de dezembro de 2003, foi pra fechar com chave de ouro o pior ano da minha vida. No dia primeiro de janeiro de 2003, eu e um amigo quase nos matamos em um acidente de carro, eu e minha mania idiota de correr demais e tentar provar pra todo mundo uma superioridade babaca.
Essa busca interminável por tentar me matar quase teve fim em 2004, mas 2004 foi um ano bom, e todos os anos têm sido bons desde então, com altos e baixos, mas anos relativamente felizes.
Bom, naquela tarde respondi pra cigana e que não adiantava ler minha mão, que não tinha sorte.
Acho que a sorte não existe, como aquele provérbio que diz que quando algo de ruim nos acontece, tanto pode ser sorte quanto azar, acredito que, quando fazemos coisas boas, o Universo, com todo o seu poder, nos abençoa com coisas boas e que, da mesma forma, quando fazemos coisas ruins, somos devidamente agraciados também.
Ultimamente tenho sido um cara ruim, acho.
Talvez eu esteja sendo egoísta, preocupado demais com meus problemas babacas enquanto o mundo em volta desaba, enquanto as pessoas muito mais legais que eu convivem com problemas enormes, com dilemas enormes e eu, o bosta mor, preocupado em salvar meu rabo, em provar que sou fodão, que sou independente.
Quando o que mais precisava agora era de alguém pra dar um abraço, ou deitar no colo e ter o cabelo afagado enquanto fecho os olhos.

Breaking Hearts (Ain't What It Used To Be)
Elton John

They used to say that boys are tough as nails
In every way he keeps his heart as guarded as a jail
Now things have changed, I feel so old
Like any girl could drag my heart across the coals

I was always there in the thick of things
I always had the heart of every woman on a string
The danger zone shone from my eyes
It seemed like every inch I gained became a mile

It's not the night reaching in and touching me
It's just that breaking hearts ain't what it used to be
It seems that time has killed that cruel streak in me
And breaking hearts ain't what it used to be

It's not the light shining in and catching me
It's just that breaking hearts ain't what it used to be
But time has come and cast a spell on me
And breaking hearts ain't what it used to be

And now I know what lonely means
I used to give so little and gain everything
The darkest part of every day
Is the shadow of another girl as she turns and walks away

Can't say I blame them all for being hurt
After all I treated each and every one like dirt
Who wants a heart that's never home
I face the facts and lock myself into a life alone

domingo, 8 de maio de 2011

Sobre as Terras Devastadas...

Andando por entre escombros da terra abandonada e sem vida, entre os carros de rodas viradas para o alto e restos de móveis atirados pelo chão, em um lote agora abandonado, a terra rachada da falta de água e do ataque do sol, uma ossada se sobressaía, uma única mão em riste, fugindo a terra que a cobria.
Quando o desespero e o medo da morte se abateram sobre todos, o medo de uma contaminação pelas doenças surgidas enlouqueceu os homens, e ao fim, á menor suspeita de doença, pessoas eram enterradas vivas em covas abertas por máquinas, empurradas ás centenas pela população e soldados armados, condenados também, á espera de um fim mais á diante.
O inferno nuclear veio como uma onda, que devasta, deruba, tudo que vê pela frente, embora dessa vez o mar enfurecido tenha vindo ás escondidas, aos poucos, sorrateiramente, sob a forma de uma névoa letal que adoeceu as pessoas aos poucos, levando os fracos, enlouquecendo os sadios.
Ninguém os avisou em tempo, apenas no fim, meia dúzia dos que sobeviveriam resolveram dizer aerdade e daí, para esses, a danação já havia chegado. Caíram por terra, mortos e secos como a terra que recobriu seus corpos sem as devidas honras, pois já não havia mais quem fizesse os ritos.
Há os sobreviventes, sempre há. Diziam que as baratas resistiriam a uma ecatombe nuclear, mas desgraçadamente se errou o cálculo e alguns poucos sobreviveram, vivendo ás escuras, nos antigos guetos abandonados ou em áreas vazias.
Existem grupos, "sociedades", não como as sociedades de dinheiro e cocaína dos que se foram,,mas sociedades de sangue e honra, respeitando o que sobrou do instinto de sobrevivência. Muito do que se conta hojesão lendas sobre o povo que se foi, suas grandes obras, sua grandes virtudes e sua grande desgraça...
Continuo minhas andanças por este mundo de passado e tristeza, com minhas botas deixando marcas no pó das ruas e estradas, anotando mentalmente o que vejo, tentando entender por quê estou aqui...